O Ibovespa teve ontem um terceiro pregão de queda, puxado para baixo pelo setor de commodities mais uma vez.

A Petrobras, por exemplo, fechou em queda de quase 1%, depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, voltou a questionar a transparência da política de preços da estatal.

O temor dos investidores é que esse movimento de críticas possa resultar em menor rentabilidade para a companhia.

Outra fonte de pressão é a ação da Vale, que voltou a negociar abaixo de R$ 90 pela primeira vez em quase seis meses.

Apesar da boa perspectiva para o pagamento de dividendos no curto prazo, a empresa tem sido pressionada pelo tombo nos preços do minério de ferro.

O clima de cautela não foi exclusividade do mercado brasileiro. À exceção de índices europeus, as bolsas tiveram um dia negativo ontem, sobretudo na China, onde o mercado teme que as dificuldades da Evergrande, a segunda maior incorporadora do país, possam contaminar o sistema financeiro.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 teve leve recuo ontem, apesar da surpresa positiva do varejo por lá. As vendas do setor cresceram 0,7% na passagem de julho para agosto, quando o consenso de mercado previa recuo de quase 1%.

Os novos pedidos de seguro-desemprego, por outro lado, mostraram um leve aumento de ritmo, em linha com o que se esperava.

Aqui no Brasil, seguimos acompanhando os desdobramentos da reforma administrativa, que pretende mudar regras para o serviço público.

A votação na comissão especial da Câmara foi adiada para a próxima terça-feira, e a previsão é que o relator da PEC apresente um novo texto antes disso.

Na agenda de hoje, o mercado repercute novos dados sobre a economia europeia, com destaque para o resultado do varejo no Reino Unido a leitura final da inflação na Zona do Euro em agosto.