O aumento no número de casos de coronavírus em algumas regiões dos Estados Unidos seguiu provocando estresse no mercado. Na sexta-feira, o Texas anunciou a volta de restrições para tentar conter o avanço da doença, e a Flórida reportou quase nove mil novos casos. Notícias como essas levaram o S&P 500 e Ibovespa a perder mais de 2% no último pregão da semana.

A tendência é que os investidores continuem reagindo a sinais que apontem ou um arrefecimento, ou uma aceleração na curva de contaminações. Veja abaixo os comentários de nosso estrategista Jorge Sá:

Recomendamos atenção também para um importante indicador que será divulgado na quinta-feira. Trata-se da taxa de desemprego em junho nos Estados Unidos. A expectativa do mercado é que haja novo recuo, reforçando a recuperação do mercado de trabalho americano.

Combate à Covid-19

Outra frente relevante para os negócios é a busca por uma vacina contra a Covid-19. Ontem, a farmacêutica chinesa CNBG informou que sua vacina experimental teve resultados promissores na terceira fase de teses, com mais de mil voluntários.

Por enquanto, a vacina da AstraZeneca e a da Moderna são as mais avançadas, segundo a Organização Mundial da Saúde. Pelos cálculos da OMS e da aliança global para vacinas criada por Bill Gates, a distribuição de uma vacina poderá evitar que a economia global perca em torno de US$ 365 bilhões por mês.

Contas públicas

A agenda doméstica começa com números sobre a situação fiscal do país. Está prevista para hoje a divulgação do resultado primário em maio do governo central, que contempla o Tesouro Nacional, o INSS e o Banco Central. Já amanhã sai a estatística que também inclui Estados, municípios e empresas estatais.

A previsão dos analistas é que o déficit do setor público consolidado tenha saltado de R$ 94 bilhões para R$ 135 bilhões. Trata-se de um movimento natural de pressão sobre as contas públicas em um momento que o governo precisa apoiar famílias e empresas durante a crise do coronavírus. Um reequilíbrio entre despesas e receitas é esperado apenas após a normalização das atividades.

Desse modo, a equipe de Macroeconomia do Safra calcula que o déficit deverá subir a 11,8% do PIB em 2020, e recuar a 2,7% em 2021. Outro ponto importante é a trajetória da dívida pública, que é sempre monitorada de perto pelos agentes e, ao que tudo indica, irá terminar o ano acima dos 90% do PIB.

Emprego, balança e indústria

E a taxa oficial de desemprego no país, outra variável fundamental, também será atualizada amanhã. A taxa trimestral, que ficou em 12,6% até abril, deve ter subido a 12,8% no período até maio, segundo nossos especialistas.

Já na quinta-feira, completam a agenda interna a balança comercial, que deve ter ampliado o superávit em junho por conta da queda nas importações, e a Pesquisa Industrial Mensal. Nosso time de Macro espera um resultado positivo, estimando que o setor tenha apresentado uma recuperação de 6% em maio, na comparação com abril.