As tensões na Ucrânia pesaram sobre os negócios na semana passada, e a perspectiva é que as chances de um conflito no país sigam ditando o humor dos mercados nos próximos dias.

Treinamentos militares de tropas russas em Belarus, país que faz fronteira com o norte ucraniano, deveriam terminar neste último final de semana, mas foram estendidos, em meio às violações do acordo de cessar-fogo observadas nos últimos dias no leste da Ucrânia.

O anúncio foi recebido pelos Estados Unidos como mais uma indicação de que a Rússia poderá iniciar uma invasão a qualquer momento. Outros membros da Otan também se mostram preocupados com a situação.

No Reino Unido, por exemplo, o primeiro-ministro Boris Johnson declarou que as evidências sugerem que a Rússia esteja planejando o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

No entanto, ainda há linhas de diálogo entre Moscou e líderes ocidentais. Em conversa neste domingo, os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram em intensificar os esforços para encontrar soluções por meios diplomáticos.

Vale lembrar que o mercado teme diversos impactos de um conflito de grande porte na região, já que a Rússia é uma das maiores produtoras globais de commodities como petróleo, gás natural e trigo. Além disso, poderiam existir disrupções em pontos relevantes de logística, como nos portos do Mar Negro.

E a última semana de negócios de fevereiro traz uma agenda mais calma de indicadores no exterior, de modo que a crise na Ucrânia deve seguir como principal elemento de influência para os preços.

Na agenda interna, por outro lado, os próximos dias trarão dados importantes. Destaque para a prévia da inflação em fevereiro, que será conhecida na quarta-feira, e para os números oficiais de emprego, previstos para o dia seguinte.

Também na quinta-feira, iremos monitorar os dados de janeiro sobre as contas públicas.

Além disso, teremos uma forte rodada de balanços nesta semana, com a divulgação dos resultados financeiros da Petrobras e da Vale, as duas maiores empresas do país em valor de mercado.