Em comunicado divulgado essa semana, a Oi revelou que recebeu uma oferta de compra de sua área de telefonia móvel que superou a anterior, feita por um consórcio das operadoras Tim, Vivo e Claro (relembre nossa análise sobre a proposta do consórcio brasileiro). A nova empresa interessada na aquisição é a Highline, controlada da americana Digital Colony. Além do interesse na área móvel, a empresa também fez uma oferta de R$1,07 bilhões pelas torres da Oi, que foram separadas em uma unidade produtiva isolada (UPI).

Em relatório, os analistas Luis Azevedo e Silvio Dória, da Safra Corretora, avaliam que a notícia é positiva para a Oi, dado que a competição entre as operadoras brasileiras e a empresa americana pode fazer com que os valores propostos aumentem.

Em contrapartida, Azevedo e Dória destacam que o novo acordo é negativo para TIM, Vivo e Claro, pois coloca o projeto de consolidação do setor de telecomunicações em risco, além de fazer com que o preço da oferta anterior tenha que subir. Antes da Highlight, nossos analistas avaliavam que o negócio deveria ser fechado por um valor próximo ao mínimo proposto pela Oi, de R$ 15 bilhões.  

Para nossa equipe de análise, o problema maior que Tim, Vivo e Claro devem enfrentar não é a necessidade de aumentar sua oferta inicial — visto que Azevedo e Dória ressaltam que elas possuem capacidade para isso e que os benefícios de consolidar o setor devem compensar esse aumento de investimento — mas, sim, de ordem regulatória. Com múltiplas propostas, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode pressionar a Oi a aceitar a oferta da Highline em detrimento das operadoras brasileiras.

A Oi assinou um acordo de exclusividade com a Highline, válido até 3 de agosto e com possibilidade de ser prorrogado.