Os eventos atípicos de 2020 intensificaram um movimento que já começava a se desenhar nos últimos anos: a necessidade de aumentar a parcela atrelada a risco nas carteiras de investimentos, de modo a obter uma performance superior em um ambiente de juros cada vez mais baixos. Esta visão se expressa todos os meses em nosso Safra Report (veja o relatório de julho aqui).

Para apresentar em mais detalhes este cenário, reunimos para uma live os nossos especialistas Jorge Sá e Luiz Zordan – você pode conferir a transmissão na íntegra ao final deste conteúdo.  

Fundamentos das finanças

Antes de realizar eventuais ajustes na carteira, Zordan lembra que cada investidor precisa retomar alguns princípios das finanças. “É preciso voltar ao básico, entender suas finanças, sua capacidade de poupança, renda, despesa, reservas acumuladas”, explica, ressaltando a importância de colocar os objetivos em uma perspectiva de longo prazo e distribuir as necessidades de recursos ao longo do tempo.

Com essas informações em mãos, é possível realizar um planejamento adequado para os investimentos, alocando recursos de curto prazo e de longo prazo nos produtos mais aderentes a cada objetivo.

Liquidez x Risco x Rentabilidade

Este planejamento financeiro se torna ainda mais relevante para se adaptar ao novo cenário de investimentos: as taxas de juros, que chegaram a 14,25% ao ano no passado recente, criaram uma memória nos investidores brasileiros de alto retorno com baixo risco e possibilidade de resgate a qualquer momento.

Zordan lembra que este cenário mudou. Agora, não há mais produtos disponíveis no mercado com essas três características. Isso exige que os investidores diversifiquem suas decisões, de modo a distribuir risco, liquidez e rentabilidade nas carteiras. “Antes de diversificar, é importante conhecer quais são os riscos”, alerta, lembrando que os riscos vão além das oscilações de preço. Risco de liquidez, por exemplo – ou seja, o risco de precisar resgatar um investimento antes do prazo para cobrir uma necessidade de caixa – precisa ser levado em consideração no planejamento.

O novo cenário da renda fixa

Com uma taxa de juros a 2,25% ao ano no Brasil e em patamares próximos de zero ou até mesmo negativo nos Estados Unidos, Europa e Japão, esse cenário se traduz em mudanças importantes para a renda fixa. Diante deste cenário, Jorge Sá que a novidade do cenário não se resume a apenas os baixos níveis dos juros, mas também a expectativa de que este cenário irá permanecer por um período prolongado. A projeção de inflação para este e o próximo ano, por exemplo, sugere que o juro real no Brasil será zero ou negativo.

Trazendo estudos da Anbima, Jorge lembra que a parcela da renda fixa ainda é muito elevada tanto entre os clientes do segmento Private Banking quanto entre os clientes Alta Renda. “Estamos passando por um período de transformação”, diz. Para prosseguir nesse movimento, a sugestão do nosso especialista é diminuir essa parcela da renda fixa com parcimônia, uma vez que clientes de perfil Ultraconservador e Conservador não estão acostumados com volatilidade.

Vale lembrar que, mesmo com a redução, a renda fixa segue como uma classe importante de investimentos em nossas alocações. Por isso, além de diversificar a carteira em outras categorias, a tomada de risco também pode ocorrer dentro da própria renda fixa, por meio de títulos com prazos de vencimento mais longos ou pela aplicação em fundos com gestão ativa, como o Safra Top e o Safra Executive

Fundos Multimercados: agilidade nas decisões

Nosso estrategista Jorge Sá destaca uma das principais características dos fundos multimercados: a agilidade para se adaptar aos mais diversos cenários, gerando um alto grau de eficiência para os clientes. Esta categoria permite ao investidor delegar ao gestor a alocação mais eficiente para seus recursos, sempre equilibrando o potencial de retorno com a preservação de capital.

Mas, se os investidores precisam se adaptar ao novo cenário, os profissionais da indústria de fundos também precisam ampliar os horizontes. “Os juros baixos vão fazer com que muitos gestores precisem sair da zona de conforto dos mercados locais e precisem acessar os mercados internacionais”, lembra.

O Safra é um dos pioneiros nos fundos multimercados no país. Amplamente conhecido pelo Galileo, um dos principais fundos da indústria, o banco oferece diversos outros produtos de gestão própria, como o Fermat, Euclides Maxwell, além de ter desenvolvido ao longo dos anos uma grade de fundos de terceiros cuidadosamente selecionada. “Se temos esse rigor todo na gestão do Galileo, como não vamos exigir esse rigor todo nos outros fundos distribuídos pelo Safra?”, diz Jorge.

Bolsa: visão de médio e longo prazo

No auge da crise ocasionada pelo novo coronavírus, o Ibovespa chegou a cair cerca de 45% neste ano. O estrategista Jorge Sá explica que, naquele momento, foi importante transmitir a necessidade de agir com cautela e pensar a alocação em um horizonte de longo prazo.

Trazendo estudos da Anbima, nosso estrategista também lembra que, apesar do forte fluxo de recursos recente para a Bolsa, a renda variável ainda representa uma parcela pequena nas carteiras dos clientes, especialmente se comparados a portfólios consagrados internacionalmente, onde se convive com juros baixos há mais tempo. “Poucos são os clientes de perfil Moderado ou Dinâmico que contêm esse tipo de alocação na carteira”, afirma.

Nosso especialista lembra que atualmente há inúmeras formas de se expor à renda variável, com diferentes graus de risco: os COEs (Certificados de Operações Estruturadas), que podem compor as carteiras de Ultraconservadores e Conservadores, as carteiras recomendadas elaboradas pela equipe de análise da Safra Corretora, e inúmeros fundos de ações de gestão própria do Safra com histórico comprovado. Alguns produtos citados na live, por exemplo, foram o fundo de Small Caps, o Lagrange, Ações Livre e fundos setoriais.

Confira, abaixo, a transmissão na íntegra.