No início da semana publicamos a carteira recomendada de ações, elaborada pelo time de análise da nossa Corretora. No material, mais de 40% das indicações para este mês passam por ações do setor financeiro ou de varejo.

Por isso, nesta sexta-feira reunimos em uma live os especialistas responsáveis pela análise desses setores para explicar em mais detalhes as perspectivas e por que estamos otimistas com eles. Participaram da transmissão Luis Azevedo, que explicou o cenário para bancos, e Guilherme Assis, que trouxe o olhar para as varejistas

Confira alguns dos principais pontos que foram discutidos na live:

Varejistas: uma das primeiras a entrar na crise, ações devem voltar com maior velocidade

A carteira recomendada deste mês indica o investimento nas ações de Pão de Açúcar, Magazine Luiza, BRF e Lojas Renner. Essa última foi adicionada na carteira este mês, no lugar das ações de Raia Drogasil.

Assis explica que o principal motivo para a inclusão da Lojas Renner é aproveitar a queda nos preços apresentada no final do mês passado. “Renner abaixo de R$ 40 parece ser um bom ponto de entrada para comprar um ativo de qualidade e com perspectiva de recuperação.”

Ele lembra que as ações da Lojas Renner estão sendo negociadas em patamares muito abaixo de sua média histórica, apesar de ser uma empresa com perspectivas positivas. Um dos principais indicadores de análise do mercado, a relação entre preço da ação sobre lucro projetado, aponta para valores próximos a 12x, contra uma média histórica de 21x. Quanto menor esse número, maior é o desconto que os investidores estão avaliando o ativo.

O analista avalia, no entanto, que este não será um movimento de recuperação linear nos preços do setor. Ao longo da trajetória, terão momentos de queda nos preços - o que é visto como oportunidade de entrada, como aconteceu no caso da Lojas Renner neste mês.

Com o início da crise ocasionada pelo novo coronavírus, observamos uma venda muito grande de ações nas empresas de vestuário e bens duráveis, como eletrodomésticos e imóveis. “Esses recursos primeiro saíram dos ativos mais arriscados, e nesse sentido eram aqueles que sofriam mais com a pandemia. (…) Agora, com a perspectiva de retomada das atividades, esses setores que sofreram mais tendem a voltar mais rápido”, afirma.

Ao comentar sobre o varejo alimentar, o analista avalia que este é um setor mais resiliente, uma vez que a maioria das lojas permanecem abertas durante a crise. “O Pão de Açúcar é uma opção de valor de investimento nesse setor mais resiliente”, disse durante a transmissão. Isso porque as ações da companhia estão sendo negociadas a valores muito abaixo de sua média histórica. Embora os últimos resultados não tenham sido encorajadores, a empresa está passando por um processo de transformação, o que incluiu uma reestruturação societária, reformas de lojas e a retomada do plano de crescimento.

Bancos: preços caem mais que o esperado, mas perspectiva é positiva no médio prazo

As instituições do setor bancário contam com um modelo de negócio bastante diversificado e um processo de digitalização que tem ajudado a conter custos. Em nossa carteira recomendada deste mês, estão presentes as ações do Bradesco e Banco do Brasil. Ainda no segmento financeiro, estão as ações da B3, a bolsa brasileira.

Ainda que reconheça os impactos da crise nos resultados das instituições financeiras — aumento no risco de inadimplência nas carteiras Pessoa Física e Pessoa Juíridica, com consequente elevação nas provisões dos bancos para fazer frente a possíveis perdas —, a avaliação do nosso time de analistas é de que os descontos dados pelos investidores foram exagerados. Essa avaliação leva em conta, principalmente, o cenário a médio prazo, quando se espera que instituições como Bradesco, Banco do Brasil e Itaú recuperem os níveis históricos de rentabilidade.

As ações preferidas do setor para o nosso time de análise são Bradesco e Banco do Brasil. No caso do Bradesco, além da grande diversificação da rede de agências, a instituição é líder no segmento de seguros, que tem uma rentabilidade histórica elevada.

Já em relação ao Banco do Brasil, a instituição tem como diferencial uma forte exposição ao segmento rural, que tem se mostrado mais resiliente à crise. A instituição também tem passado por uma mudança de posicionamento nos últimos anos, com uma estratégia mais orientada a resultados.

Quanto aos demais riscos envolvendo o setor bancário, um ponto de atenção são alguns projetos que tramitam no Congresso, entre eles uma elevação na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e um teto sobre as cobranças no cheque especial. De acordo com nossos analistas, no entanto, os projetos ainda vão passar por debates e devem caminhar no sentido de atenuar as propostas.

Nosso especialista também avalia que o setor bancário será imprescindível para auxiliar em uma retomada sustentável da economia, o que pode se tornar em mais um fator favorável aos preços das ações. 

Caso você não tenha acompanhado a live, a transmissão permanece no ar. Confira abaixo: