Os ativos brasileiros alcançaram a terceira semana consecutiva de valorização, caminhando para encerrar o mês de janeiro com resultados bastante positivos.

O Ibovespa subiu 2,7% na semana, aos 111,9 mil pontos. Na máxima de quinta-feira, operou acima de 113 mil pontos pela primeira vez desde outubro. O dólar recuou 1,2%, cotado a R$ 5,39.

Os negócios se desenrolaram em meio à divulgação de diversos dados econômicos importantes. A prévia da inflação, por exemplo, mostrou um arrefecimento menos significativo do que se esperava. Mesmo assim, a alta de 0,58% do IPCA-15 em janeiro foi a menor desde maio do ano passado.

A taxa de desemprego, por sua vez, veio em linha com as projeções, ao cair para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, atingindo 12,4 milhões de brasileiros. Se comparado ao mesmo período do ano passado, são cerca de 2 milhões de pessoas a menos em busca de trabalho, segundo o IBGE.

Por outro lado, o rendimento real habitual caiu para R$2.444, o menor da série histórica, iniciada em 2012. Mas é importante ressaltar que o auxílio emergencial não aparece nas métricas de rendimento do trabalho da Pnad.

Já na frente fiscal, o resultado primário do governo foi um superávit de R$ 13,8 bilhões em dezembro de 2021. O desempenho foi melhor do que o esperado e considera as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sem contabilizar dados municipais e estaduais, nem o pagamento dos juros da dívida pública.

Com o número de dezembro, o resultado acumulado no ano foi um déficit primário de R$ 35,1 bilhões, o equivalente a 0,4% do PIB. Foi o melhor saldo desde 2014 e significa um ajuste relevante em relação à expansão fiscal realizada em 2020, quando o déficit primário saltou para 10% do PIB para fazer frente aos impactos da pandemia.

Cautela no exterior

A realidade do mercado internacional foi menos positiva. Ainda assim, nos Estados Unidos, o índice de ações S&P 500 quebrou a série de três semanas de quedas ao acumular ganho semanal de 0,8%, graças ao salto de mais de 2% no pregão de sexta-feira, no qual a Apple disparou 7%, após anunciar um recorde de vendas do iPhone.

Na Europa e na Ásia, porém, a virada de última hora não veio e os índices amargaram perdas na semana.

Os negócios foram marcados pelo anúncio de política monetária do Fed. Como esperado, o banco central americano manteve a taxa de juros perto de zero, e assinalou que o ciclo de alta deverá começar em breve, provavelmente em março.

A tensão dos investidores também foi agravada pela situação no leste europeu. A Otan reforçou a sua defesa na região, em reação à concentração de tropas russas na fronteira da Ucrânia.

Pelo lado positivo, a economia americana acelerou mais do que se esperava no último trimestre de 2021. O PIB do país aumentou a uma taxa anual de 6,9%, impulsionado principalmente pela recomposição dos estoques das empresas. Assim, a maior economia do mundo cresceu 5,7% em 2021, o melhor resultado em quase 40 anos.

Outro destaque ficou por conta das duas maiores economias da Zona do Euro, que apresentaram finais de ano diferentes.

O PIB da França cresceu 0,7% no quarto trimestre, alcançando com isso uma expansão de 7% em 2021, a mais rápida em mais de 50 anos.

Enquanto isso, diante da nova onda de Covid, o PIB da Alemanha sofreu uma retração trimestral de 0,7%, levando a uma alta de menos de 3% em 2021.