A primeira semana de negócios do ano foi marcada por um movimento global pró-risco. O mercado buscou antecipar a expansão fiscal de um governo Biden com controle do Congresso, bem como a aceleração das campanhas de imunização anti-Covid nas principais economias do mundo.

O cenário mais imediato, entretanto, ainda requer cautela, já que o número de infecções de coronavírus seguiu preocupando os especialistas. Os governos do Japão, Alemanha e Reino Unido, por exemplo, decidiram endurecer as restrições para tentar conter a doença.

Ainda assim, nesse cenário, o Ibovespa bateu recordes na quinta e na sexta-feira, acabando a semana pouco acima dos 125 mil pontos. Em cinco dias, o ganho acumulado foi de 5,1%.

Esse movimento esteve em linha com os avanços no mercado americano: os índices S&P 500, Nasdaq e Dow Jones também fecharam em suas máximas históricas. A semana também foi de ganhos na Europa, em especial em Londres, onde a alta foi de mais de 6%.

O dólar, por sua vez, não cedeu no Brasil. A moeda americana se apoiou no aumento das taxas dos títulos públicos dos EUA, e fechou cotada a R$ 5,41, alta semanal de 4,3%. Reveja aqui o que influenciou os mercados:

Vacinação prossegue

A expectativa por um maior ritmo na vacinação das populações seguiu sustentando o momento positivo nos mercados nesta semana. Na União Europeia, a vacina da Moderna recebeu autorização para uso emergencial. A substância da Pfizer já vem sendo aplicada desde dezembro por lá.

Aqui no Brasil, a Fiocruz pediu à Anvisa autorização emergencial para uso da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a AstraZeneca.

A agência também avalia o mesmo pedido do Butantan para a CoronaVac. Segundo o instituto, a terceira fase de testes mostrou uma eficácia de 78% na prevenção a casos leves, e de 100% a casos graves.

'Onda azul' gera otimismo

O grande motor que abriu o apetite dos investidores foi a eleição na Geórgia por duas vagas no Senado dos EUA. A vitória de dois democratas destravou um movimento de alta nos ativos de risco ao redor do mundo.

Isso porque o resultado do pleito garantiu o controle do Congresso ao partido de Joe Biden, novo presidente do país a partir do dia 20. Desse modo, a expectativa é por estímulos fiscais mais robustos, que devem aquecer a maior economia do planeta.

Isso compensou até mesmo o fechamento líquido de empregos no país em dezembro, o primeiro registrado em oito meses.

Petróleo em alta

Também estiveram no radar dos investidores as conversas entre os membros da Opep e aliados. A Arábia Saudita reduziu a sua produção nos próximos dois meses, compensando o ligeiro aumento pretendido pelos russos.

Isso impulsionou os preços do barril de petróleo, beneficiando as ações de empresas do setor, como Petrobras

Indicadores internos

Aqui no Brasil, o Ministério da Economia informou que a balança comercial brasileira registrou um déficit de menos de US$ 42 milhões em dezembro. Com esse resultado, o saldo em 2020 ficou positivo em quase US$ 51 bilhões, reflexo de uma queda mais aguda nas importações do que nas exportações do país.

Já o IBGE revelou que a produção da indústria cresceu pelo sétimo mês seguido, com alta de 1,2% em novembro contra outubro. Com isso, o setor ficou 2,6% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro.