Mesmo com a reabertura dos setores mais sensíveis ao isolamento social, a atividade brasileira está mostrando uma acomodação há vários meses.

Esse cenário se deve a três principais fatores: a elevada pressão inflacionária, o risco energético e as incertezas fiscais.

Além dos fatores que estão prejudicando o desempenho econômico, nos próximos trimestres teremos os efeitos defasados do ciclo de aumento da taxa de juros sobre as decisões de consumo e investimentos

Com o aumento da inflação e a diminuição do poder de compra das famílias, as vendas ao varejo recuaram 2,5% em agosto, resultado significativamente abaixo da nossa projeção de -0,5%.

Além disso, os investimentos das empresas também deverão arrefecer ao longo dos próximos trimestres, como resposta ao menor desempenho do consumo, o ciclo de aperto monetário e reversão da confiança dos empresários com as incertezas fiscais.

No cenário externo, as exportações devem ser prejudicadas pelo menor crescimento mundial, especialmente na China e por termos de troca menos favoráveis. Por outro lado, a expectativa de aumento da safra de grãos ajudará a sustentar um bom desempenho do volume exportado nos próximos trimestres.

Portanto, o PIB real deve apresentar crescimento modesto de apenas 0,3% no terceiro trimestre em relação ao segundo. Para o quarto trimestre também esperamos uma pequena expansão, reforçando nossa projeção de PIB real em 4,8% nesse ano e 1,1% em 2022, ambas abaixo do consenso do mercado.

Carteira de crédito privado

Momentos de incerteza podem trazer boas oportunidades no mundo dos investimentos.

Com o atual momento da economia brasileira, a curva de juros vem mostrando uma abertura nas taxas futuras, impactando os investimentos de renda fixa e renda variável, e deixando boas oportunidades no mercado secundário..

Neste cenário, a Carteira de Crédito Privado do Safra busca capturar títulos neste mercado que estão se beneficiando com a expectativa de juros mais altos.

Mensalmente, a carteira é composta por cinco papéis de credito privado como debêntures, CRI e CRA, e que são selecionados com base na avaliação de crédito do emissor, risco-retorno do título e liquidez no mercado secundário.

Também fazemos uma análise dos setores de exposição da carteira e das curvas de juros que influenciam o mercado de crédito privado, visando obter performance no médio e longo prazo. A intenção é diversificar a carteira em termos de risco, prazo de vencimento e setores. Ela é atualizada mensalmente e publicada todo primeiro dia útil do mês.

Para outubro, temos como sugestão títulos da Algar Telecom, Engie Brasil, Rumo, Xingu e Copersucar.