A temporada de balanços no Brasil chega nesta semana ao setor de bancos. O Safra espera bons resultados, em geral, prevendo forte expansão de ganhos para todos os nomes que fazem parte da cobertura.

A base de comparação com 2020 é favorável, em razão das provisões para perdas de empréstimos durante o auge da pandemia. Mas também deve contribuir o bom desempenho do volume de crédito e o controle de despesas.

Além disso, nomes altamente expostos ao mercado de capitais também devem reportar números muito fortes mais uma vez.

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Esperamos que o Itaú Unibanco (ITUB4) entregue bons resultados, principalmente com a baixa provisão para créditos de liquidação duvidosa. O banco deve seguir em frente para entregar seu guidance para 2021. Esperamos para o 2T21 lucro líquido de R$ 6,6 bilhões, alta de 3,0% em relação ao trimestre anterior, representando um ROAE de 18,9%.

O Bradesco (BBDC4), por sua vez, deve seguir com bons resultados. Na base comparação com o 1º trimestre de 2021, podemos observar uma boa expansão do lucro (+4,1%, para R$ 6,7 bilhões, resultando em um ROAE de 17,9%), refletindo a combinação de bom crescimento da receita, entre outros fatores.

O Santander Brasil (SANB11) deve manter um forte desempenho de ROAE, mantendo-se na marca de 20%, o que implica lucro líquido gerencial de R$ 3,9 bilhões, alta anual de 87% e estável contra o 1º trimestre.

Para o Banco do Brasil (BBAS3), os resultados devem ser neutros, com bons resultados financeiros, impulsionados por baixíssima provisão para devedores duvidosos, compensada por uma despesa de alto risco legal.

Com isso, o lucro líquido ajustado do BB pode atingir R$ 4,5 bilhões, queda de 6,8% no trimestre e alta anual de 38%, com ROAE de 13,1%.

O Banrisul (BRSR6) deve apresentar um resultado fraco no 2T21, com menor crescimento da receita, aliado a maior provisionamento, apesar de já ser esperado pelo mercado, em nossa visão. Dito isso, podemos observar a queda do lucro líquido do Banrisul em 7,0% no trimestre, para R$ 260 milhões, ROAE de 12%.

Sem surpresas, o BTG Pactual (BPAC11) deve registrar mais um trimestre forte, para a maioria de suas unidades de negócios, refletindo uma expansão de lucro de 30,0% a/a e 8,0% t/t (para R$ 1,3 bilhão e ROAE de 15,7%).

Com relação ao Banco Pan (BPAN4), devemos ter resultados neutros, mas um forte crescimento da base de clientes, indicando que sua história de banco digital continua ganhando força.

Fora do setor bancário, destacamos a Porto Seguro (PSSA3). Embora o lucro líquido deva cair 32% a/a (para R$ 442 milhões), impactado principalmente pela base mais dura do resultado financeiro, a empresa continua apresentando um excelente desempenho operacional e este 2T21 não deve ser diferente.

Do lado negativo, a BB Seguridade (BBSE3) deve apresentar resultados fracos de resultados no 2T21. Conforme antecipado pelos números da Susep, a sinistralidade da Brasilseg e principalmente o resultado financeiro da Brasilprev devem pressionar os resultados financeiros da BBSE, fazendo com que o resultado final recue 12,0% a/a e 10,5% t/t, para R$ 864 milhões.

O IRB (IRBR3) deve apresentar um resultado de ganhos fraco. Os números já antecipados pela Susep não mostram uma recuperação nítida. O prejuízo líquido de R$ 49 milhões apurado em abril deve pesar no resultado consolidado do 2T21.

Em maio, houve ligeira recuperação do faturamento, mas não o suficiente para reverter a perda apresentada no mês anterior.

Finalmente, embora a Cielo (CIEL3) deva reportar números ainda fracos, prevemos alguma melhora anual (refletindo a base de compensação mais fácil) e também trimestral (em uma base recorrente), mas ainda refletindo os impactos da segunda onda de Covid-19 iniciada em março.

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