A contração do PIB brasileiro entre abril e junho foi o maior tombo trimestral já registrado pelo IBGE. Mas esse dado se refere ao momento de maior restrição ao funcionamento da economia.

Para projetar o desempenho do país em 2020, a equipe de Macroeconomia do Safra ressalta que é preciso também levar em consideração as informações mais recentes sobre a atividade, que vêm sugerindo uma velocidade de recuperação bastante rápida, especialmente da indústria e do varejo.

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Nossos especialistas lembram também a importância da extensão do auxílio emergencial até o fim do ano, destacando que a medida tem conseguido compensar parte relevante da perda de massa salarial decorrente do enfraquecimento do mercado de trabalho.

Segundo as estimativas do nosso time, a renda do trabalho e de assistências disponível na economia brasileira está maior em 2020 do que em 2019, fundamentalmente por causa do auxílio emergencial. E a injeção adicional próxima a R$ 100 bilhões na economia aumentará ainda mais essa massa.

Nesse contexto, nossa equipe acredita que, pelo menos em um primeiro momento, não há escassez adicional de renda na economia doméstica por conta dessas transferências. Isso significa que a queda observada no consumo implica aumento considerável da poupança “precaucionária”, típica de momentos de forte incerteza.

Por mais que parte dessa poupança seja permanente, a avaliação da nossa equipe é que um percentual relevante deve virar consumo com o relaxamento das medidas de distanciamento social, especialmente os recursos da extensão do auxílio. Isso porque a economia provavelmente estará funcionando mais perto da normalidade, e os beneficiários do programa têm maior propensão marginal ao consumo.

Assim, o nosso time de Macroeconomia projeta que a extensão do auxílio deve contribuir para mais 0,8 ponto porcentual no PIB neste ano. Desse modo, e considerando outras variáveis, o cenário-base do Safra agora prevê uma contração menor em 2020,  de 5,0% do PIB.  Já a alta projetada para 2021 foi elevada de 4% para 4,5%.