Os indicadores de atividade econômica referentes a setembro confirmaram a rápida recuperação econômica do país no 3º trimestre do ano. Embora a equipe de Macroeconomia do Safra já esperasse um forte crescimento no período, os últimos números surpreenderam positivamente.

Relembre os resultados:
> Indústria cresce em setembro e volta ao nível pré-pandemia
> Varejo segue em recuperação, apesar de crescimento abaixo do esperado 
> Recuperação de serviços surpreende em setembro

Desse modo, nossos especialistas elevaram de 8,7% para 8,9% a projeção de alta do PIB no 3º trimestre, na comparação com os três meses anteriores. Para o último trimestre, a previsão subiu de 2,3% para 2,7%. Com isso, o PIB deve fechar 2020 com retração de 4,1%.

Os últimos meses de 2020 devem trazer um arrefecimento na alta da indústria e do comércio, especialmente das vendas varejistas, que estão em níveis elevados.

A avaliação do nosso time é que isso deve ocorrer principalmente em consequência da menor renda no país, diante da redução do valor do auxílio emergencial, e da substituição do consumo de bens por serviços, com a redução das medidas de distanciamento social.

Em relação ao primeiro fator, segundo os cálculos de nossos economistas, a redução do auxílio emergencial deve provocar uma queda de R$ 24 bilhões na renda, aproximadamente 1,3% do PIB trimestral.

Por outro lado, esse efeito negativo deve ser parcialmente compensado pela expansão dos gastos das famílias com mais renda, cuja poupança circunstancial está elevada.

Em relação ao setor de serviços, o mais afetado pela crise da Covid-19, ele deve ser o grande propulsor do crescimento no último trimestre de 2020 e no início de 2021.

Crescimento em 2021

Nosso time prevê que a desaceleração do crescimento deve ser acentuada no 1º trimestre de 2021, com o final do programa de auxílio emergencial, levando em conta que não há definição se teremos extensão e como seria uma eventual transição. Assim, a previsão é de queda marginal no consumo das famílias no 1º e 2º trimestres do ano que vem.

Para 2021, nosso time manteve a projeção de crescimento de 4,5%. Apesar do efeito estatístico positivo da revisão para cima em 2020, o 1º trimestre do ano que vem deve registrar uma dinâmica um pouco mais lenta.