O IRB Brasil RE reportou na sexta-feira, 28, os resultados do segundo trimestre de 2020. Para os analistas da Safra Corretora, o balanço veio muito fraco, reflexo do legado de contratos não lucrativos, desvalorização cambial e ajustes contábeis. No trimestre, o IRB apurou prejuízo líquido de R$ 685 milhões, revertendo um lucro líquido de R$ 398 milhões no mesmo período de 2019, principalmente devido ao grande salto de sinistros.

O sinistro retido total foi de R$2,3 bilhões, um crescimento de 192,9% em relação ao mesmo período de 2019. O índice de sinistralidade total apresentou um aumento de 77 pontos porcentuais, disparando para 135,3%.

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Na divulgação de resultados, a nova gestão do IRB reforçou seu compromisso com o fortalecimento dos controles e governança da empresa. Os administradores informaram que o processo de re-subscrição para sanar contratos não rentáveis ainda pode demorar alguns meses. Portanto, ainda podemos ver impactos de contratos não lucrativos (assinados em 2019) para o segundo trimestre de 2020.

Nossos especialistas incorporaram os resultados fracos no modelo de avaliação, assim como os impactos do recente aumento de capital de R$ 2,24 bilhões. Isso levou a uma redução do preço-alvo da ação IRBR3 para R$ 7,80 até o fim de 2021.

Segundo nossos analistas Luis Azevedo e Silvio Dória, a falta de visibilidade devido às reclassificações contábeis dá pouca confiança na recuperação dos números da empresa. Por isso, eles mantêm a recomendação neutra para o IRB, para entender melhor o novo patamar de rentabilidade sustentável da empresa.