A semana passada foi de volatilidade nos mercados, mas isso não impediu o principal índice da Bolsa, o Ibovespa, de acumular mais uma série de ganhos, avançando 4,07%. Com isso, o índice já sobe 10,49% neste mês. 

Nos últimos dias, o cenário internacional continuou em foco para os mercados. Seguimos acompanhando as notícias envolvendo a pandemia e as reaberturas das economias, enquanto alguns dados sugerem que a atividade parece dar sinais de recuperação em maio. Você pode conferir essa história em mais detalhes no Resumo Semanal.

Confira o que esperar para esta semana com o nosso estrategista Jorge Sá: 

Coronavírus

Os assuntos da semana passada devem continuar no radar. Temos acompanhado com atenção, por exemplo, a situação nos Estados Unidos. Após flexibilizar suas medidas de isolamento social, diversas regiões do país têm observado um aumento nos novos casos. Neste final de semana, 7 estados bateram o recorde diário de novas infecções, o que tem gerado cautela com uma possível segunda onda.

Já na Europa, tivemos um sinal positivo: com os números sob controle, a Espanha declarou o fim do estado de emergência e reabriu suas fronteiras. Esse anúncio vem depois de três meses de restrições a viagens. Algumas medidas de proteção continuem em vigor, como por exemplo a obrigatoriedade de usar máscaras.

Inflação no Brasil

No cenário doméstico, esta será uma semana mais leve de indicadores econômicos. O destaque deve ficar para novas informações sobre a inflação. Na quinta-feira, o IBGE vai divulgar o IPCA-15 deste mês. Nosso time de Macroeconomia projeta uma deflação para o indicador. No mesmo dia, o Banco Central publica seu relatório trimestral de inflação.

Auxílio emergencial

Destaque também para a fala do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, neste final de semana. Ele declarou ser a favor de estender o auxílio-emergencial por mais dois ou três meses no valor integral, de R$ 600. Segundo o deputado, a maioria dos parlamentares compartilham da mesma visão. O poder executivo, no entanto, vem defendendo reduzir o valor para R$ 300.

A ajuda estava prevista para permanecer inicialmente por um período de três meses. O governo estima que o programa representa um gasto ligeiramente superior a R$ 150 bilhões. No momento, já estão sendo feitos os pagamentos da terceira parcela.

Taxa Selic a 1,5% ao ano

Após a decisão do Copom da semana passada, comentamos sobre a expectativa de pelo menos mais uma redução nos juros pelo Banco Central. Nosso time de Macroeconomia continuou afinando suas projeções, e agora espera mais três cortes de 0,25 ponto percentual nas reuniões de agosto, setembro e outubro. Com isso, devemos encerrar o ano com uma taxa Selic de 1,5% ao ano.

Essa projeção é sustentada pela expectativa de uma inflação muito baixa para este e para o próximo ano, como consequência dos impactos da pandemia na atividade econômica. Além disso, o comunicado do Banco Central surpreendeu ao deixar de modo bastante clara a possibilidade de novos cortes de juros.

Amanhã, será divulgada a ata do Copom, que deve trazer mais detalhes sobre as discussões que levaram à decisão do Banco Central.