Ainda sob influência das decisões de política monetária de quarta-feira, os mercados oscilaram bastante durante o pregão de ontem. Nos Estados Unidos, o S&P 500 fechou perto da estabilidade, enquanto o Nasdaq subiu quase 1% e terminou perto do seu nível recorde.

Aqui no Brasil, o Ibovespa abriu em alta, mas acabou fechando em queda, pressionado pelas ações ligadas a commodities. Esse movimento de cautela tem sido particularmente forte no setor de mineração e siderurgia, uma vez que o governo da China indicou nesta semana que irá adotar medidas para conter preços de materiais como cobre, alumínio e zinco.

Vale apontar ainda que as commodities são cotadas em dólares, de modo que uma alta global do dólar provocada pelo tom mais duro do Fed tende a ter um impacto negativo sobre a demanda desses produtos.

Pesou ainda sobre o Ibovespa o desempenho da Eletrobras ontem. As ações da estatal perderam 3%, em meio às incertezas sobre o seu processo de privatização. Somente após o fechamento do mercado, o Senado aprovou a medida provisória sobre o tema.

Na agenda de indicadores de ontem, tivemos a divulgação dos números semanais de seguro-desemprego nos Estados Unidos. O governo americano reportou 412 mil novos pedidos, um aumento de ritmo que não era previsto pelo consenso de mercado.

Com o calendário menos movimentado hoje, ganham mais relevância os dados de varejo do Reino Unido relativos a maio.

E quem quiser saber como a crise hídrica pode afetar algumas ações do setor elétrico pode conferir a nova análise na Central de Conteúdo do Safra. Nosso cenário-base não prevê racionamento neste ano, mas há desafios no horizonte, sobretudo no segmento de geração de energia.

Dentro do universo de cobertura do Safra, projetamos que a Cesp pode ser a companhia mais pressionada pelo cenário, já que as outras empresas também contam com usinas eólicas ou térmicas. Quanto aos segmentos de distribuição e transmissão, prevemos impactos bem mais limitados.