Depois da forte alta de ontem, a Bolsa brasileira teve um dia de oscilações perto da estabilidade, mas no fim encerrou em leve baixa de 0,23%, aos 85.469 pontos. Já o dólar comercial continuou a sua trajetória de queda frente ao real, com desvalorização de 2%, aos R$ 5,35.

Já no cenário internacional, o noticiário apresentou novas sinalizações sobre a economia e socorro financeiro, permanecendo a reuperação nos preços dos ativos. Nesse cenário, comentamos algumas alternativas para investimento.

Confira as explicações do estrategista Jorge Sá:

Ontem tivemos novas informações sobre a economia e sobre alguns dos setores impactados pela crise. Logo pela manhã, o IPCA-15 mostrou uma deflação de 0,59% na leitura de maio.

Tanto nosso time de Macroeconomia quanto a média do mercado também projetavam uma deflação na economia, mas numa magnitude menor. Apesar disso, seguimos com a projeção para a inflação inalterada, que é em torno de 1,7%, com viés de baixa.

Contas externas

Também tivemos uma nova sinalização para as contas externas. As operações feitas entre o Brasil e o exterior em abril registraram o maior resultado positivo da série histórica: US$ 3,8 bilhões. 

As contas externas medem tudo o que negociamos com o exterior, o que inclui desde exportações e importações a remessas, investimentos, entre outros itens. Para o nosso time de Macroeconomia, o superávit de abril foi influenciado por uma forte queda nas importações, o que reflete os impactos da crise do novo coronavírus.

Socorro a setores

Já o noticiário corporativo foi dominado pelo pedido de recuperação judicial da companhia aérea Latam. Esse pedido foi feito nos Estados Unidos, e não inclui a filial brasileira. Por aqui, o governo estuda um socorro de R$ 4 bilhões a ser dividido no setor, entre a Latam, a Gol e a Azul. Vale lembrar que a Latam não tem mais papéis listados na Bolsa brasileira, sendo negociados apenas em Nova York e no Chile.

Além das aéreas, também tem se discutido uma ajuda ao setor elétrico. Ontem, a Aneel abriu uma consulta pública para discutir os detalhes desse socorro financeiro. A proposta é que sejam disponibilizados até R$ 16,1 bilhões em empréstimos ao setor. A consulta pública termina no dia primeiro de junho, quando a diretoria da Aneel deve voltar a analisar o assunto.

Live Safra

O setor do varejo também é um que temos olhado com atenção em meio aos impactos da pandemia. Por isso, convidamos para nossa live de hoje o CEO da Renner, Fábio Faccio. A transmissão começa às 11h, em nosso canal no YouTube.

Estados e municípios

Para o restante do dia, também seguimos monitorando o avanço do projeto de socorro a Estados e municípios. O prazo para a sanção pelo governo termina hoje. O texto prevê a possibilidade de reajuste salarial a servidores públicos, e há a expectativa de que esse trecho será vetado.  

Já no exterior, o dia foi de otimismo e de ganhos nas principais bolsas. Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 avançou 1,23%, e atualmente voltou para os patamares do início de março. A queda acumulada no ano, que chegou a superar os 30%, agora está próxima de 7%.

A busca por uma vacina contra o novo coronavírus e a reabertura de diversas economias ao redor do mundo continuam a ser os principais fatores que sustentam os ganhos no cenário internacional. Aos poucos, a aversão a risco vai diminuindo.

No Safra Report deste mês, havíamos sugerido aumentar a alocação internacional. E existem muitos modos de fazer isso diretamente da sua conta no Brasil. Aqui no Safra temos os fundos de investimento em renda variável, como o Safra BDR, o Safra BDR nível I, e o Safra Consumo Americano. Os fundos multimercados também podem buscar oportunidades em ativos internacionais, como é o caso do Galileo e do Maxwell. Além disso, temos os COEs atrelados ao S&P, nos Estados Unidos, e ao MSCI World, para os ativos globais.