O início da semana foi de correção no mercado brasileiro. Depois de quatro dias consecutivos de ganhos, o principal índice de ações da Bolsa, o Ibovespa, encerrou as negociações da segunda-feira em baixa de 1,28%, aos 95.336 pontos. O dólar comercial também recuou e encerrou em queda de 0,89%, aos R$ 5,27. 

Confira a explicação do nosso estrategista Jorge Sá:

Cenário internacional

Além das incertezas no cenário político local, contribuiu para esse movimento sinais de uma possível segunda onda de contaminações pelo novo coronavírus ao redor do mundo. Um dos principais focos do momento está nos Estados Unidos, onde tem sido reportado um crescimento no número de novos casos, conforme comentamos na edição de ontem.

Ainda assim, o tom geral dos mercados tem sido positivo. Isso porque os investidores têm colocado na balança os efeitos positivos dos programas de estímulos sem precedentes na economia mundial, bem como dados que sugerem que o pior, para a economia, pode ter ficado para trás. Nos Estados Unidos, por exemplo, os três principais índices de ações fecharam em alta, sendo que o Nasdaq renovou o recorde histórico de fechamento.

Agenda de reformas

No Brasil, também seguimos acompanhando uma série de notícias sobre a agenda de reformas. Segundo informações na imprensa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem se encontrado com diversos líderes partidários da base de apoio nas últimas semanas para dar andamento a essa agenda.

Amanhã, por exemplo, está marcada a votação no Senado para o marco regulatório do saneamento. Se aprovada, a lei pode gerar investimentos de R$ 700 bilhões até 2033 e estimular privatizações no setor.

Reportagens também afirmam que a PEC Emergencial como conhecemos hoje deve deixar de existir. Ela deve ser unificada com a proposta do pacto federativo, que assumirá um formato mais enxuto e deixará de fora medidas mais controversas. Alguns pontos também podem ser aproveitados em outra proposta de emenda à constituição. A PEC Emergencial foi apresentada ainda no ano passado, como uma iniciativa do programa de ajuste fiscal do governo.

Outro assunto envolvendo a política fiscal que devemos seguir acompanhando nos próximos dias é sobre o auxílio emergencial. O presidente declarou ontem que o ministro da Economia já decidiu pelo desembolso da quarta e da quinta parcela do benefício, mas ainda está em aberto qual será o valor pago. O Congresso tem defendido pagamentos de R$ 600, mas o executivo defende que não será possível manter esse patamar.

Joaquim Levy no Safra

Anunciamos ontem uma importante notícia para o nosso time de Macroeconomia. Joaquim Levy, que acumula uma trajetória de sucesso, com passagens por instituições como o FMI, o Banco Mundial e esteve à frente do Ministério da Fazenda, agora se junta ao Safra. Ele será responsável pela área de Macroeconomia e de Relações com o Mercado.

Ele é doutor em Economia pela Universidade de Chicago mestre em economia pela FGV. Recentemente, ele estava desenvolvendo pesquisas sobre tecnologias sustentáveis e transição de economias para emissões líquidas zero de carbono na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.