O Ibovespa recuou ontem aos 95 mil pontos, mas terminou mais um mês com ganho expressivo. No acumulado de abril a junho, o índice disparou 31%, maior alta para um trimestre desde 2003.

Nas bolsas internacionais, os últimos três meses também foram marcados por uma rápida recuperação. Nos Estados Unidos, o S&P 500 saltou 17%, melhor resultado desde 1998, enquanto na Europa o Stoxx 600 subiu 13%, maior avanço em cinco anos.

Veja abaixo os comentários de nossos estrategista Jorge Sá:

Ontem, o governo brasileiro anunciou a prorrogação do auxílio emergencial, destinado principalmente a trabalhadores informais e beneficiários do Bolsa Família. A proposta prevê o pagamento de mais quatro parcelas em dois meses, totalizando R$ 1,2 mil. Participaram do anúncio o presidente Jair Bolsonaro, ministros do governo e os presidentes da Câmara e do Senado.

O auxílio havia sido decretado por três meses, mas a lei previa a possibilidade de se estender o benefício. Segundo o Ministério da Economia, o custo mensal de cada parcela do programa é da ordem de R$ 50 bilhões e atinge cerca de 60 milhões de brasileiros.

Crédito a PMEs

Ainda em Brasília, a Câmara dos Deputados terminou ontem de votar os destaques da MP 944, que criou um programa emergencial de crédito para pequenas e médias empresas pagarem funcionários durante a crise.

O texto amplia a linha de empréstimo a empresas que tiveram receita bruta de até R$ 50 milhões em 2019, oferecendo carência de seis meses para início do pagamento e prazo de amortização de até 36 meses. O BNDES é responsável por 85% do dinheiro das operações do programa, cujo montante total poderá chegar a R$ 40 bilhões.

A matéria segue agora para análise dos senadores e pode injetar recursos importantes para evitar uma onda de falências em decorrência de falta de liquidez.

Desemprego cresce

Na agenda de indicadores, o destaque foi a divulgação da taxa oficial de desemprego no Brasil. De acordo com o IBGE, ela subiu para 12,9% no trimestre encerrado em maio, atingindo agora 12,7 milhões de pessoas.

O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado. Para a equipe de Macroeconomia do Safra, isso se deve a uma forte queda da taxa de participação, uma vez que as medidas de quarentena limitaram a procura por empregos.

Estímulos e alertas

No exterior, destaque para o anúncio de mais estímulos fiscais, desta vez no Reino Unido. Ontem, o primeiro-ministro Boris Johnson divulgou um plano de investimento de £ 5 bilhões para acelerar projetos de infraestrutura.

Segundo ele, o objetivo é apoiar a economia ao destinar nos próximos anos recursos adicionais para manutenção ou construção de hospitais, escolas e rodovias, entre outras frentes.

Já em relação ao aumento no número de novos casos de coronavírus nos Estados Unidos, o principal consultor médico da Casa Branca fez um alerta ontem.

Segundo Anthony Fauci, o país pode ver a quantidade diária de novos casos saltar de 40 mil para 100 mil novos casos se não forem tomadas medidas para conter a doença. Governadores já vêm reagindo para evitar esse cenário, e voltaram a determinar restrições a algumas atividades.

Análise de ações

Os analistas da Safra Corretora ampliaram nesta semana sua cobertura ao setor farmacêutico brasileiro. A perspectiva é positiva tanto para as fabricantes, quanto para as varejistas. Nossos especialistas destacam a resiliência do setor em um cenário macroeconômico incerto, além do potencial de crescimento em virtude de tendências demográficas positivas e da capacidade de penetração dos genéricos em camadas mais amplas de consumidores.

Eles também acreditam que as farmácias vêm entrando em um ambiente competitivo mais saudável, e que um ciclo de consolidação, com fusões e aquisições, se aproxima. Veja em nossa Central de Conteúdo quais são os papéis favoritos em cada segmento.

Live Safra

Não perca também nossa conversa hoje com o secretário especial do Ministério da Economia Salim Mattar. Acesse aqui, a partir das 15h, para saber quais são as perspectivas para o programa de desestatização do governo federal após a pandemia.