Ontem tivemos um dia de recuperação nos mercados, apesar da volatilidade continuar e a alta ter sido insuficiente para repor as fortes perdas que observamos na quarta-feira. O Ibovespa avançou 1,27%, aos 96.582 pontos. Esse movimento no positivo também foi visto nos Estados Unidos, onde o S&P 500 subiu 1,19%. Já o dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,11%, cotado a R$ 5,77.

Confira os principais assuntos do mercado financeiro em nosso Morning Call:

Europa

O cenário continua de incertezas importantes no radar. Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, declarou ontem que o ressurgimento do vírus é uma ameaça ao crescimento e que a recuperação na zona do euro está perdendo fôlego.

Mas, se por um lado a economia demanda atenção, por outro lado ela também sinalizou que novos estímulos podem ser anunciados na próxima reunião do Banco Central Europeu, em dezembro.

Bons dados nos EUA

Já nos Estados Unidos, o PIB do terceiro trimestre avançou 33%, acima dos 31% esperados. Este é o número anualizado, conforme é divulgado nos Estados Unidos. Em base trimestral, como estamos acostumados a ver, esse resultado significa um crescimento de 7,4%.

Ainda por lá, tivemos outra notícia positiva: os novos pedidos de seguro-desemprego recuaram para 751 mil na última semana, abaixo dos 775 mil esperados.

Brasil: sinais positivos

E por aqui no Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a sinalizar para o compromisso com a responsabilidade fiscal, que é um dos principais temas no radar do mercado. O ministro afirmou que a ideia de um novo imposto sobre transações está descartada. E, sem essa fonte de financiamento, ele afirmou que não vai apoiar a derrubada do veto sobre a desoneração da folha em 17 setores.

O Caged também surpreendeu com o anúncio de uma criação líquida de empregos formais acima do esperado pelo mercado em setembro. Foram 313 mil novos postos de trabalho, contra uma expectativa que era de 270 mil. Este é o terceiro mês seguido no positivo.

Eleições

Agora, além de seguir monitorando o avanço da pandemia na Europa e nos Estados Unidos, atenção também para a reta final das eleições americanas. Com o feriado de segunda-feira, o próximo dia de negociações no mercado brasileiro já será na data das eleições.

Na imprensa americana, as pesquisas apontam o candidato democrata Joe Biden como o favorito para a vitória.

Novas projeções

O time de Macroeconomia do Safra atualizou o cenário e revisou duas importantes projeções: a de inflação e a da taxa Selic.

O cenário atualizado prevê, além da inflação de alimentos mais alta no curto prazo, outros fatores que devem sustentar um aumento nos preços no médio prazo. Entre eles, estão um repasse maior do câmbio, reajustes no setor de serviços, que foram postergados neste ano por conta da pandemia, e a perspectiva de retomada no mercado de trabalho.

Com isso, o IPCA projetado para este ano passou de 2,9% para 3,1%. No ano que vem, a projeção subiu de 3,1% para 3,5%.

Enxergando essa inflação mais alta, a projeção para a taxa Selic também foi alterada. Continuamos observando a manutenção em 2% neste ano e em boa parte do próximo ano, mas agora passamos a prever uma alta para 2,5% no último trimestre do ano que vem, de modo a controlar a inflação em 2022.