O Ibovespa fechou o último pregão em alta e acumulou um ganho de 1,7% na semana passada. O índice de ações emplacou assim duas altas semanais consecutivas pela primeira vez desde o início da crise. O mesmo aconteceu com o S&P 500, no mercado americano.

O tom positivo nos mercados veio principalmente do anúncio do plano de reabertura da economia americana. O movimento deve começar em menos de um mês e será dividido em três etapas, que irão liberar gradual e progressivamente as atividades nos Estados Unidos.

Segundo o presidente Donald Trump, caberá a cada governador escolher o momento de encerrar as quarentenas em seus Estados. Trata-se de uma mudança de postura da Casa Branca, que defendia antes uma decisão centralizada no governo federal.

Em Nova York, por exemplo, as autoridades estenderam as políticas de isolamento até o dia 15 de maio. Com mais de dez mil vítimas fatais do coronavírus, o Estado é até o momento o mais afetado no país pela crise.

E começa hoje o relaxamento das restrições na Alemanha. Algumas lojas consideradas não essenciais passam a poder abrir as portas na maior economia da Europa. Uma liberação mais ampla está prevista para o dia 4 de maio.

Segundo o ministro da Saúde alemão, o número de pacientes que se recuperaram da Covid-19 na semana passada foi maior do que a quantidade de novas infecções, o que significa que a doença está sob controle no país.

Aqui no Brasil, seguem as discussões em torno de medidas para mitigar os impactos do coronavírus. A proposta que cria o Orçamento de Guerra foi aprovada em segundo turno pelo Senado e volta nesta semana a ser discutida pelos deputados. Se aprovada, a PEC vai criar um regime de exceção fiscal que aumenta a capacidade de atuação do governo durante a crise. 

Outro destaque em Brasília é o projeto de socorro a Estados e municípios. Um texto já foi aprovado na Câmara, mas ainda precisa ser analisado pelos senadores, que consideram substituí-lo por um projeto próprio da Casa.

A proposta dos deputados tem apoio dos governadores, mas vem recebendo críticas do governo federal. No sábado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Orçamento não comportaria os gastos previstos pelo texto aprovado na Câmara.

Veja os comentários do nosso estrategista Jorge Sá:

Queda no PIB em 2020 deve superar 4%

Já foram anunciadas diversas medidas para amenizar o impacto da pandemia sobre a economia brasileira. Apesar de mitigar os efeitos negativos, infelizmente, essas ações não conseguirão contornar o cenário de forte recessão no ano.

O desemprego, por exemplo, deverá ser maior do que o previsto anteriormente, segundo nosso time de Macroeconomia. Nossos especialistas preveem que a taxa de desocupação vai atingir um pico de cerca de 14,5% em meados do ano, e terminar 2020 em 13,7%. Nesse cenário, reduzimos a projeção para o PIB do país no ano, de uma queda de 2,8% para uma de 4,4%.