Apesar do noticiário positivo de vacinas anti-Covid, o Ibovespa voltou ontem a terminar os negócios em queda, com o desempenho negativo dos índices americanos. O mercado aqui chegou a registrar ganhos no início da tarde, mas cedeu nas últimas horas do pregão.

Veja o Morning Call completo abaixo:

Na agenda de indicadores, o IBGE divulgou ontem o resultado do IPCA-15 com a prévia da inflação em setembro. O índice acelerou para uma alta de 0,45% ante o mês anterior, acima do consenso de mercado, que projetava avanço de 0,39%. Com isso, o IPCA-15 acumula aumento de 2,65% em 12 meses.

Os preços dos alimentos pressionaram o índice mais uma vez, puxados por produtos como arroz, leite, óleo e tomate. Já o maior impacto individual veio da gasolina, que teve elevação de mais de 3%.

Embora o resultado tenha superado as previsões, a equipe de Macroeconomia do Safra destaca que os núcleos da inflação, menos sensíveis a variações pontuais, reduziram o ritmo de alta, sugerindo que a perspectiva para ela segue benigna.

Contas externas

Ontem também conhecemos os números das contas externas em agosto. Segundo o Banco Central, o fluxo de bens, serviços e renda registrado pelas transações correntes foi superavitário pelo quinto mês consecutivo, com o ingresso líquido de 3,7 bilhões de dólares. O resultado superou em mais de 1 bilhão de dólares as expectativas do mercado.

Essa tendência tem sido apoiada pelos saldos positivos na balança comercial e pelas reduções nos déficits com remessas. O BC também anunciou uma entrada líquida de 1,4 bilhão de dólares em investimentos diretos no país, em linha com as projeções.

Vacinas avançam

Menos de dez vacinas estão hoje na terceira e última fase de testes, aquela em que os efeitos das substâncias são estudados em milhares de humanos. Mas conforme as pesquisas progridem, esse número vai se ampliando.

Ontem, se juntou a esse grupo a candidata da Johnson & Johnson. Os testes serão aplicados em 60 mil voluntários em diversos países, entre eles o Brasil. A Anvisa já havia autorizado em agosto os estudos clínicos da empresa por aqui.

Nos Estados Unidos, o governo já tem um acordo com a Johnson & Johnson para garantir 100 milhões de doses por cerca de 1 bilhão de dólares. A substância faz parte do programa americano de aceleração do desenvolvimento de vacinas anti-coronavírus, assim como as da Moderna, da Pfizer e da AstraZeneca.

E aqui em São Paulo, o governo estadual afirmou que a vacina da Sinovac, que poderá ser produzida pelo Instituto Butantan, se mostrou segura em seus testes com 50 mil voluntários na China.​​ A expectativa das autoridades é que a eficácia seja comprovada em novembro. Se isso acontecer, a imunização poderá ser liberada no Brasil ainda neste ano.