Com mais uma semana no positivo, desta vez com ganhos de 2,42%, a Bolsa retomou uma marca importante: a dos 125 mil pontos. Com isso, o Ibovespa, o principal índice de ações, fechou a semana em sua pontuação recorde, aos 125.561 pontos, superando o patamar alcançado em 8 de janeiro deste ano, quando registrou 125.323 pontos em seu fechamento.

A semana também foi de recorde na Europa, onde o índice Stoxx 600 também encerrou em seu nível mais alto já registrado. No ano, acumula ganhos de aproximadamente 13,5%. Nos Estados Unidos, a semana também foi de ganhos, mas encerrando abaixo de seus níveis históricos.

Destaque também para o dólar, que se desvalorizou 2,62% frente ao real na semana, fechando a sexta-feira cotado a R$ 5,21.

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Abaixo, veja os principais temas que foram destaque na semana.

Agenda de reformas

As reformas administrativa e tributária seguem ganhando as atenções dos investidores. A reforma administrativa está em uma etapa mais avançada: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou na terça-feira a admissibilidade da proposta. Agora, o tema segue em uma comissão especial, onde serão debatidos os méritos do texto antes que seja levado a plenário.

Sobre a reforma tributária, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que busca uma reforma ampla, mas que seja rápida e prática, de modo a ser viabilizada ainda neste ano.

Perspectiva de crescimento

Logo no início da semana, ganhou destaque entre os investidores a fala de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, sobre o estado atual da economia brasileira.

Ele ressaltou que o mês de março trouxe resultados positivos, e sugeriu que diversas expectativas para o crescimento do PIB seguem, agora, em direção a uma alta de 4%. Com isso, abre-se a possibilidade de uma revisão positiva nas projeções do Banco Central para a economia.

Auxílio emergencial

Outro tema que vem ganhando cada vez mais a atenção dos investidores é a questão do auxílio emergencial. O benefício tem data para se encerrar no fim de julho, mas vem crescendo a possibilidade de uma extensão deste prazo. O tema é relevante especialmente para as contas públicas.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu durante a semana que há a possibilidade de ampliação do auxílio emergencial, a depender do ritmo de vacinação e da média diária de mortes. No entanto, o ministro afirmou que este cenário de ampliação do benefício não é o cenário básico do governo – mas o tema deve seguir no radar nas próximas semanas.

IPCA-15 e IGP-M

Seguimos acompanhando novos sinais para a inflação. Durante a semana, foi divulgado um IPCA-15 melhor que o projetado pelo mercado: alta de 0,44% em maio. No Safra, a projeção era por um avanço de 0,56%.

No entanto, o núcleo do IPCA-15, que exclui itens mais voláteis da conta,  continua a mostrar uma dinâmica de alta nos preços, acelerando de 0,41% no mês anterior para 0,45% neste mês.

Somado à provável crise hídrica que se aproxima nos próximos meses, elevamos nossa projeção para o IPCA neste ano, passando de 5,1% para 5,6%.  Se confirmado, este resultado será superior ao teto da meta de inflação no ano, definido em 5,25%. Para o ano que vem, a projeção do IPCA subiu de 3,5% para 3,6%, o que significa uma inflação acima do centro da meta, que é de 3,5%. 

No final da semana, conhecemos também o IGP-M de maio, que surpreendeu com uma alta de 4,10% sobre o mês anterior , acumulando avanço de 37,04% em 12 meses. O resultado veio acima dos 3,96% projetados por nós na comparação mensal, e dos 36,9% esperados na comparação anual.

Contas públicas

A situação fiscal também foi notícia durante a semana, desta vez com uma surpresa positiva: o resultado primário do governo central em abril, divulgado pelo Tesouro Nacional, mostrou um superávit de R$ 16,5 bilhões, no topo das projeções do mercado.

No mesmo dia, a agência de classificação de risco Fitch Ratings anunciou a manutenção da nota do Brasil em “BB-“, mantendo a perspectiva negativa. A agência considera em seu cenário a manutenção do teto fiscal. Esta notícia, somada ao resultado primário, foram apontados como dois fatores que influenciaram na queda do dólar frente ao real durante a semana.

Inflação nos Estados Unidos

Um dos números mais aguardados da semana era o PCE, índice de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, utilizado como a principal medida do Federal Reserve, o banco central americano, em suas decisões de política monetária.

O número, referente a abril, veio próximo do esperado: alta de 3,6% na comparação anual, contra nossa projeção de 3,7%. O núcleo do PCE, que exclui os itens de alimentos e energia, mais voláteis, avançou 3,0%, também próximo de nossa projeção de 3,1%.

Números sobre a economia americana, e em especial sobre o comportamento dos preços, têm sido acompanhados de perto pelos investidores, uma vez que por lá cresce o debate sobre quando o Federal Reserve irá começar a diminuir seus programas de estímulos, decisão que se reflete em diversos mercados ao redor do mundo.

Nossa visão é que este debate se inicie na reunião do banco central americano em setembro, implementando as mudanças em janeiro de 2022.

Orçamento americano

Nesta sexta-feira, o governo dos Estados Unidos apresentou um projeto orçamentário de US$ 6 trilhões para 2022, projetando uma ampliação nos gastos com infraestrutura, saúde e educação, além de aumento de impostos sobre empresas e a população mais rica.

Esta é a primeira proposta de orçamento apresentada pelo governo Joe Biden, e prevê o maior gasto anual da história recente nos Estados Unidos.