Em uma semana curta, mas intensa, o Ibovespa chegou a operar abaixo dos 113 mil pontos pela primeira vez em quase seis meses. Porém, o índice se recuperou e conseguiu fechar aos 114,3 mil pontos, com queda de 2,3% na semana.

No mercado cambial, o dólar terminou os negócios no Brasil valendo R$ 5,27, uma alta semanal de 1,6%.

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Além das tensões institucionais, é fator de pressão o momento negativo da ação da Vale (VALE3), que tem hoje um peso de 14% no índice de ações.

O papel da mineradora chegou a ser negociado a R$ 93 na mínima de quinta-feira, cerca de 20% abaixo das máximas vistas há menos de dois meses.

A empresa tem sido pressionada pela volatilidade dos preços do minério de ferro. Na Bolsa de Dalian, por exemplo, o contrato mais líquido da commodity fechou em queda de quase 7% na semana, em meio às medidas para reduzir a produção de aço na China.

Mas vale dizer que a visão do Safra para a companhia segue positiva, sobretudo pelo bom rendimento previsto com dividendos no curto prazo.

Outro ponto de atenção é a inflação, que provocou nesta semana um salto das taxas negociadas no mercado de juros.

O IPCA subiu 0,87% em agosto, a maior leitura para o mês desde o ano 2000. O índice veio acima das projeções, acumulando alta de 9,7% nos últimos 12 meses, liderado pelos preços dos combustíveis, dos alimentos e da energia.

O desempenho do varejo, por outro lado, foi melhor do que o esperado. O volume de vendas cresceu 1,2% em julho, na comparação com junho, o quarto aumento seguido na margem. Com isso, o setor atingiu o maior nível da série histórica.

No exterior, também tivemos um ambiente de cautela. O índice americano S&P 500 e o europeu Stoxx 600 registraram quedas de mais de 1% na semana.

O principal evento lá fora foi o anúncio da redução de estímulos pelo Banco Central Europeu.

Segundo a presidente da instituição, Christine Lagarde, o menor ritmo de compras emergenciais será calibrado para não gerar uma piora das condições financeiras que coloque em xeque a retomada econômica na região.

A exceção às quedas veio da Ásia. O índice chinês CSI 300 ganhou 3,5% na semana, impulsionado na reta final pelo alívio das tensões com a Casa Branca sinalizado por uma conversa entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping.

Já o Nikkei 225 ganhou 4,3%, com a perspectiva de uma política econômica mais expansionista no Japão.