Volatilidade continua a ser o nome do jogo nos mercados financeiros, em semana que marcou um ano desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 se transformava em uma pandemia.

Por aqui, o Ibovespa abriu a semana com queda de 4% na segunda-feira, e o dólar ganhou força, chegando a alcançar os R$ 5,90, após novas incertezas no cenário político com o retorno do nome de Lula.

Os dias seguintes foram de recuperação, chegando a praticamente apagar as perdas da semana na quinta-feira, mas no último dia de negociações, a Bolsa voltou a ter um dia no negativo. Na conta final, o acumulado da semana foi de um recuo de 0,90% no Ibovespa, aos 114.160 pontos.

Já o dólar se desvalorizou 2,15%, cotado a R$ 5,56. Vale destacar que o Banco Central atuou durante a semana para conter a alta da moeda americana. 

Nos Estados Unidos, tivemos uma semana de recordes de pontuação nos principais índices acionários do país, o S&P 500 e o Dow Jones.

Relembre os principais eventos que movimentaram os últimos dias em nosso resumo semanal. Veja, também, o que esperar para a próxima semana, com importantes decisões de juros no Brasil e no mundo.

Mudança no cenário político

Logo no início da semana, um evento inesperado trouxe mudanças no cenário político brasileiro. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações de Lula no âmbito da Justiça Federal do Paraná em investigações da Lava Jato, devolvendo os direitos políticos ao ex-presidente.

Ainda há indefinições neste cenário. A segunda turma do STF retomou o julgamento do pedido de suspeição do ex-juiz Sergio Moro. O ministro Nunes Masques pediu mais tempo para analisar o processo, que no momento está em um empate em dois a dois.

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Edson Fachin e Cármen Lúcia, que haviam votado em 2018 contra a suspeição de Moro, ainda podem alterar seus votos. Caso a Segunda Turma do STF declare a suspeição de Moro, o tema ainda pode ir a plenário do STF.  

Em outra frente, a Procuradoria-Geral da República recorreu da decisão de Fachin sobre a anulação das condenações de Lula. O caso deve ser julgado no plenário do STF.

PEC Emergencial desidrata, mas avança

Na pauta econômica, as atenções estavam voltadas para a tramitação da PEC Emergencial na Câmara.

Era necessária a aprovação em dois turnos, o que acabou ocorrendo na madrugada de sexta-feira.

A PEC prevê mecanismos acionados automaticamente quando as despesas obrigatórias da União chegam a 95% das despesas totais previstas pelo teto de gastos. Essa é uma medida para o controle dos gastos públicos, e abre caminho para o retorno do auxílio emergencial.

A votação trouxe volatilidade ao mercado, conforme se discutiam alterações no texto já aprovado pelo Senado.

Alguns trechos foram derrubados, como medidas que previam a proibição a progressões e promoções de carreira dos servidores públicos para conter os gastos. Segundo o governo, este foi um acordo para evitar desidratações maiores.

Recorde nos EUA

A semana também encerrou um debate que se prolongava por meses no noticiário americano. A Câmara aprovou, por margem mínima, o pacote de estímulos no valor de US$ 1,9 trilhão. O texto foi enviado para assinatura presidencial, o que ocorreu na quinta-feira. Com isso, os recursos começam a ser liberados.

O noticiário americano, mais favorável durante a semana, também influenciou os mercados no Brasil e levou os índices S&P 500 e Dow Jones a renovarem seus recordes de pontuação. No ano, o S&P 500 acumula alta de 4,99% e o Dow Jones avança 7,10%. O Nasdaq, abaixo de seus níveis históricos, sobe 3,35% no ano. 

Entre os destaques, os novos pedidos de seguro-desemprego recuaram para 712 mil na última semana. Apesar de elevado, o número é o menor desde novembro.

A notícia vem em um momento no qual a campanha de vacinação americana segue acelerada, aproximando-se de 100 milhões de americanos vacinados pela primeira dose.

Em discurso, Joe Biden anunciou que todos os americanos poderão receber a primeira dose da vacina a partir de 1º de maio.

Fase emergencial

No Brasil, os números da Covid-19 seguem demandando atenção, com o país superando pela primeira vez a marca de duas mil mortes por dia.

Com números indicando pressão nas taxas de ocupação dos leitos de UTI, novas medidas de restrição têm sido anunciadas em diversas localidades.

No estado de São Paulo, o governo anunciou a entrada da fase emergencial, a mais restritiva até o momento, com fechamento de parques, praias, cultos religiosos, entre outros. O estado também implementou um toque de recolher.

As novas regras começam a valer neste sábado, e permanecem em vigor até 30 de março.     

Combate à Covid-19

Nesta sexta-feira, a Anvisa anunciou a concessão do registro definitivo da vacina de Oxford, produzida em parceria com a AstraZeneca. Esta é a segunda vacina com autorização para uso definitivo no país – a primeira foi a Pfizer, em fevereiro.

A agência ainda anunciou a aprovação para o uso do Remdesivir no tratamento de pacientes em casos graves de Covid-19. Esse é o primeiro medicamento do tipo autorizado no país. Ele já está sendo usado nos Estados Unidos, de modo emergencial, desde novembro.   

Também nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde assinou o contrato para a compra de 10 milhões de doses da Sputnik V. Essa é a vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, e será distribuída no Brasil pela União Química. O governo projeta receber 400 mil doses até o fim de abril, 2 milhões no fim de maio e mais 7,6 milhões em junho. A vacina, no entanto, ainda não tem autorização da Anvisa para uso emergencial.    

Safra Report: Onde investir em março

No início da semana, publicamos o Safra Report, com nossa visão atualizada para os investimentos neste mês.

As exposições às principais classes de ativos permanecem as mesmas para todos os perfis – ultraconservadores, conservadores, moderados e dinâmicos.

No entanto, promovemos alterações pontuais dentro de algumas classes, com aumento na parcela atrelada à inflação na renda fixa e um ajuste marginal na exposição ao mercado internacional na renda variável.

Publicamos, também, um conteúdo especial que destaca a importância dos investimentos internacionais nas carteiras e diferentes modos de acessar este mercado.