Os mercados sustentaram um momento bastante positivo na semana, enquanto as campanhas de vacinação ganham corpo nas principais economias do mundo.

Os americanos começaram na segunda-feira a receber a imunização desenvolvida pela Pfizer, e também devem contar em breve com a substância da Moderna, segundo a Casa Branca.

No Reino Unido, dezenas de milhares já receberam doses da farmacêutica. Já na União Europeia, 27 de dezembro é a data para o início da campanha, que, além da Pfizer, ainda prevê doses da AstraZeneca, CureVac, Johnson & Johnson, Moderna e Sanofi-GlaxoSmithKline.

Nesse ambiente, o S&P 500 subiu 1,3% em cinco dias, e o Stoxx 600, 1,5%.

Aqui no Brasil, o Ibovespa pegou carona também no bom desempenho das commodities e teve ganho semanal de 2,5%. Nessa base, o índice chegou a sua sétima alta seguida. Já o dólar acumulou alta de 0,7% no período, cotado a R$ 5,08.

Por aqui, o Ministério da Saúde informou que acertou a entrega de  24,7 milhões de doses para janeiro, 37,7 milhões para fevereiro, e mais 31 milhões para março. O início da vacinação nacional ainda não tem data confirmada pela pasta, que aguarda a liberação das substâncias pela Anvisa.

O governo federal já editou uma Medida Provisória com crédito extraordinário de R$ 20 bilhões para a vacinação contra o coronavírus.

Estímulos nos EUA

A confirmação da vitória de Joe Biden no Colégio Eleitoral, reconhecida também por lideranças do Partido Republicano, diminuiu a relevância das contestações de Donald Trump.

Isso deu ainda mais peso à negociação de estímulos fiscais nos Estados Unidos, que podem chegar a US$ 900 bilhões. Há forte expectativa do mercado em relação a essa ajuda, já que a economia americana tem sofrido diante do aumento dos casos de Covid-19 no país.

As vendas no varejo, por exemplo, recuaram 1,1% no país em novembro. Embora o setor tenha ficado mais de 4% acima do nível de novembro de 2019, a queda anunciada na margem foi mais aguda do que se previa.

Os dados semanais de seguro-desemprego por lá também refletiram o avanço do vírus. Foram anunciados 885 mil novos pedidos, cerca de 100 mil acima da expectativa mediana do mercado.

Endividamento no radar

O IBC-Br apresentou em outubro o seu sexto mês seguido de crescimento. O índice calculado pelo Banco Central avançou 0,86% em relação a setembro. O resultado indica que a economia brasileira segue se recuperando depois do piso atingido no segundo trimestre.

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Segundo nossos especialistas, essa retomada é uma das principais responsáveis por conter o endividamento do governo em relação às estimativas mais pessimistas calculadas na metade do ano. O cenário-base do Safra, por exemplo, espera hoje que a razão entre dívida pública e PIB fique abaixo de 90% ao fim de 2020, gerando um relativo alívio para os próximos anos, embora os desafios fiscais ainda sejam significativos.

O Congresso Nacional, por exemplo, aprovou as diretrizes orçamentárias de 2021 com uma meta fixa de déficit primário um pouco acima de R$ 247 bilhões, cerca de 3% do PIB projetado pelo governo para o ano que vem.