A eleição por larga margem de Joe Biden para a Casa Branca foi o destaque de novembro, bem como a perspectiva de já haver vacinação em massa no início de 2021. Essas duas frentes animaram os mercados, apesar do forte crescimento do contágio por Covid-19 nos países.

Nesse cenário, a nossa Carteira Recomendada de Ações apresentou valorização de 14,38% dentro de novembro, contra 15,11% do Ibovespa. Entre as sugestões para o mês passado, os destaques foram Petrobras, Vale, Itaú Unibanco e Bradesco.

Recomendação para dezembro

Para o mês que se inicia, o time de análise da Safra Corretora retirou as ações de BB Seguridade (BBSE3) do portfólio recomendado. A empresa conseguiu uma expressiva alta em novembro, e a perspectiva para o próximo ano é bastante positiva, segundo nossa equipe, por conta principalmente da recuperação que já vem sendo observada nos prêmios emitidos.

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No entanto, nossos especialistas acreditam que o resultado do último trimestre de 2020 será impactado pelo descasamento entre os índices de preços IGP-M e IPCA, afetando o resultado financeiro da operação de previdência.

Em compensação, a Carteira Recomendada para dezembro traz um aumento significativo na exposição a Itaú Unibanco (ITUB4). O time da Safra Corretora enxerga um bom potencial de alta para o banco e também avalia que a decisão de segregar parte da participação detida na XP em uma nova companhia é um bom movimento para destravar valor.

A participação tem um valor de mercado de cerca de R$ 50 bilhões, que, segundo números de mercado, representa um múltiplo de cerca de 47 vezes o lucro que a XP reportará em 2021. Portanto, a cisão deve distribuir um ativo com bom valor aos acionistas do Itaú, com efeito negativo bastante limitado no lucro do banco em 2021.

Confira abaixo a recomendação completa para dezembro.

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Entenda a seguir as teses de investimento para as ações indicadas.

CCR (CCRO3)

As ações da empresa foram fortemente penalizadas em função da performance operacional negativa influenciada pelos efeitos do novo coronavírus, com queda de volume de tráfego nas concessões rodoviárias e de mobilidade (metrôs e aeroportos).

Porém, uma forte recuperação já foi verificada no volume de tráfego das rodovias (cerca de 80% do seu resultado), e deve continuar influenciando positivamente os resultados da companhia nos próximos trimestres, em função da elevada alavancagem operacional. Por fim, acreditamos que a assinatura de aditivos contratuais nas rodovias paulistas pode influenciar positivamente o preço das ações no curto prazo.

Cesp (CESP6)

Mantemos Cesp em nossa carteira recomendada como parte da estratégia de mitigação de riscos contra os efeitos da pandemia.  Acreditamos que Cesp apresenta boas oportunidades para ganhos não esperados, com um nível de risco operacional baixo.

Baseamos nossa visão em três principais pontos: (i) característica defensiva da empresa, que atua no segmento de geração hidrelétrica, com baixa exposição aos efeitos da pandemia; (ii) bons resultados operacionais vindos do processo de recuperação financeira em implementação desde a privatização da companhia, com possibilidade de distribuição de dividendos extraordinários; e (iii) possibilidades de ganhos extraordinários vindos do resultado de processo judiciais em curso, não considerados em nosso preço-alvo.

Hermes Pardini (PARD3)

Acreditamos que a recuperação de resultados dos laboratórios está acontecendo de forma rápida, após as restrições de circulação ocasionadas pela pandemia de Covid-19. Nossas análises apontam para uma rápida recuperação de demanda nos testes recorrentes.

Além disso, os testes de Covid estão em processo de expansão, representando um incremento relevante de faturamento. Dessa forma, a companhia já deve rodar a partir do 3T20 com crescimento de lucro e com boas perspectivas para os próximos anos.

Tegma (TGMA3)

Esperamos uma gradual recuperação para os resultados da empresa nos próximos meses, impulsionada pelo reestabelecimento da operação de transporte de veículos novos, que foi negativamente afetada pela pandemia. A retomada e aceleração já verificada nas atividades das montadoras de veículos deve impulsionar o volume transportado pela Tegma nos próximos meses, com impacto positivo nos resultados da empresa a partir do 4T20.

B3 (B3SA3)

Apesar da ligeira redução de exposição à B3, mantivemos o nome em nossa carteira recomendada. Observamos no mês de novembro um aumento do volume médio diário negociado, provocado principalmente pela entrada de investidores estrangeiros e também pela maior rotação de portfólios.

O aumento deve ter um efeito direto sobre o segmento de renda variável da B3 (responsável por 44% da receita da companhia). Além disso, lembramos que a B3 tem se mostrado um nome de destaque no setor financeiro em termos de retornos em dividendos (estimamos 4,4% para 2020)

Engie (EGIE3)

A Engie também faz parte da nossa estratégia de mitigação de riscos relacionados aos efeitos da pandemia. Trata-se de uma empresa que atua no segmento de geração e transmissão de energia elétrica, um dos menos expostos aos efeitos da crise. Ela ainda possui um parque de geração bem diversificado capaz de mitigar riscos relacionados ao regime de chuvas.

No ano passado, a empresa adquiriu da Petrobras a transportadora de gás TAG, o que abre uma via de oportunidades de crescimento. Além disso, a Engie distribui bons dividendos recorrentemente, aumentando a atratividade das ações, sem deixar de apresentar potencial de ganhos no curto prazo.

TIM (TIMS3)

À medida que a economia retome a normalidade, esperamos que a receita da TIM volte a se recuperar. As ações da empresa vêm sendo negociadas a preços atrativos, abaixo de seus principais concorrentes em termos de valor da companhia contra geração de caixa.

Continuamos a apostar que a companhia é a que mais deve se beneficiar do processo de consolidação do segmento móvel (dado sua maior exposição ao segmento), que pode ter uma boa evolução no mês de dezembro, quando a Oi realizará o leilão de venda da sua operação móvel ao consórcio do qual a TIM faz parte, com Vivo e Claro.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida tem um modelo de negócios vencedor, oferecendo planos de saúde a um custo altamente acessível devido à sua estrutura verticalmente integrada, com um enorme foco em processos, protocolos e prevenção. Acreditamos que os riscos relacionados à Covid para a companhia são muito baixos atualmente, sendo o mercado de trabalho o principal fator de curto prazo a ser observado.

Mesmo com uma economia mais fraca, a Hapvida tem capacidade de ganhar mercado devido ao seu posicionamento de preço competitivo. A ação é negociada com 32,5 vezes preço sobre lucro projetado para 2021, comparado a 40 vezes da Intermédica.

Iguatemi (IGTA3)

Apesar da expectativa negativa para os resultados de curto prazo, mantemos otimismo com a empresa e o setor para o longo prazo, e acreditamos que as ações da companhia foram excessivamente penalizadas, principalmente considerando a qualidade dos ativos do grupo, e histórico de resiliência apresentado pela empresa em crises anteriores.

Via Varejo (VVAR3)

A Via Varejo divulgou resultados positivos no 2T20, mostrando que segue caminhando na sua agenda de transformação digital. A companhia foi capaz de manter o mesmo nível de vendas mesmo com a maior parte de suas lojas fechadas, o que reforça sua transformação digital. Com os surpreendentes dados da companhia, nós esperamos que a ação continue em um bom momento.

Gerdau (GGBR4)

Os aumentos de preços que foram implementados ao longo dos últimos meses e o bom desempenho do setor de construção no Brasil, Estados Unidos e América do Sul devem continuar a ser positivos para os resultados da empresa.

Petrobras (PETR4)

Acreditamos que a expectativa de uma vacina contra Covid-19 beneficia a perspectiva de demanda por derivados de petróleo por conta da recuperação da economia. Este cenário positivo pode levar a preços do barril de petróleo mais elevados, caso a Opep+ mantenha os cortes de produção.

Além disso, nós gostamos da empresa e do foco em geração de caixa, controle de custos e concentração em ativos mais produtivos, que acreditamos que terão um efeito positivo nos resultados da companhia.

Bradesco (BBDC4)

Mantemos uma visão positiva para a companhia, uma vez que o banco ainda negocia a patamar de preço e múltiplos bastante inferiores ao início do ano. O banco tem uma visão otimista para 2021, sustentada pela recuperação da economia e melhorias em suas principais linhas de negócio, com os níveis de lucratividade retornando aos níveis de 2019.

Banco do Brasil (BBAS3)

Apesar do resultado do 3T20 ter vindo um pouco abaixo de nossas expectativas, entendemos que o banco está com preços muito descontados em função de sua geração de lucro. Em termos de múltiplos, o Banco do Brasil está sendo negociado abaixo de seu valor patrimonial.

Além disso, o banco tem apresentado menor volatilidade em seu resultado por possuir um perfil de carteira de crédito mais defensivo, com forte participação da carteira de agronegócio ( cerca de 28% da carteira de crédito classificada) e consignado (cerca de 13%), segmento poucos impactados pela pandemia.

Bradespar (BRAP4)

Continuamos a gostar de Bradespar como uma alternativa para ter exposição à Vale. Estimamos que o valor de mercado atual da empresa representa um desconto de 14% em relação ao valor da sua participação na Vale.

Vale (VALE3)

Acreditamos que o ambiente favorável de preços de minério de ferro, auxiliado pela demanda ainda forte na China, deve continuar a beneficiar a geração de caixa da empresa e que os projetos de expansão devem ajudar a aumentar a produção nos próximos anos.

Considerando que a empresa possui um baixo nível de endividamento e não tem necessidade de investimento significativo, acreditamos que ela deva continuar a gerar um fluxo de caixa forte, com pagamentos de dividendos atrativos.

Relembre, também, a live que promovemos com nossos especialistas, que ofereceram ainda mais detalhes nas análises.