O IBGE divulgou na manhã desta quinta-feira, 3 de dezembro, um crescimento de 7,7% do PIB no terceiro trimestre, na comparação com o segundo trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2019 o PIB apresentou uma retração de 3,9%.

Estes números são inferiores aos projetados pelo nosso time de Macroeconomia, que estimava crescimento de 8,9% na comparação trimestral e retração de 3,4% na comparação anual.

Ainda assim, a avaliação é de que a atividade econômica do período confirma a nossa expectativa e a do mercado por rápida recuperação após o período mais crítico da crise da Covid-19 no país.

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Como normalmente ocorre nas divulgações do PIB, os resultados anteriores foram revisados.

Deste modo, o crescimento de 2019 foi revisto para cima, passando de 1,1% para 1,4%. A queda verificada no segundo trimestre deste ano também foi revisada, passando de uma contração de 11,4% sobre o segundo trimestre de 2019 para um recuo de 10,9%. Essa revisão, segundo nosso time de Macroeconomia, compensa a surpresa negativa no terceiro trimestre.

Para o restante do ano, seguimos com a projeção de crescimento de 2,5% no PIB do quarto trimestre, levando o resultado do ano de 2020 a uma contração de 4,1%. Para o próximo ano, reiteramos a visão de crescimento de 4,5% do PIB.

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Surpresa na indústria

A indústria aparece como o setor que teve a recuperação mais rápida no terceiro trimestre, pela ótica da oferta. O crescimento foi de 14,8% na comparação com o segundo trimestre, após o choque imposto pelos reflexos gerados pela Covid-19.

Entre os segmentos da indústria, destaque para a indústria de transformação (+23,8%), que normalizou a produção, bem como para o PIB de energia elétrica, água, gás, esgoto e limpeza urbana (+8,5%). A indústria extrativa, que sofre pouco com a pandemia, também manteve a expansão, avançando 2,5%, influenciada positivamente pelo recorde na produção de petróleo.

A surpresa negativa ficou por conta da construção civil, com retração de 7,9% na comparação anual, contribuindo com uma queda de 0,5 ponto porcentual frente às nossas projeções para o PIB.

Nossas estimativas eram por um crescimento de 7,7% na construção civil, com base na forte produção de insumos típicos do setor, na alta das vendas de materiais de construção e no recorde de vendas e financiamentos de imóveis.

Ainda assim, apesar da surpresa negativa, estimamos que o setor, extremamente sensível a taxas de juros, deve impulsionar o crescimento nos próximos trimestres e anos. Por isso, a surpresa negativa não compromete o cenário de médio a longo prazo.