No início do segundo semestre deste ano a Bolsa ganhou a sua primeira empresa de mineração de ouro: a canadense Aura Minerals. O time de análise da nossa Corretora estudou o novo segmento e iniciou a cobertura de suas ações com recomendação de compra.

O preço-alvo do ativo, sob o código AURA33, foi definido em R$ 79 para o final de 2021, um potencial de valorização de 57,6% sobre a cotação de fechamento de quarta-feira, 18 de novembro.

A mineradora também tem suas ações negociadas na Bolsa de Toronto. No Brasil, a listagem foi feita via BDRs – conheça mais sobre esse tipo de investimento aqui.

A operação se destacou por um modelo inovador: um IPO com esforços restritos de colocação, ou seja, destinado para um público seleto, o que simplifica o processo de abertura de capital. A operação contou com a coordenação do Safra. 

Em relatório assinado pelos analistas Conrado Vegner e Victor Chen, nossos especialistas explicam que a companhia deve se beneficiar de uma tendência favorável nos preços do ouro, bem como pela sua habilidade em aumentar a produção nos ativos que possui.

Dessa forma, ao comprar os papéis da companhia, explicam nossos analistas, o investidor combina a exposição aos preços de ouro a um potencial de crescimento no volume.

Conheça alguns dos principais pontos considerados na análise dos nossos especialistas.

Aumento de produção

A equipe de análise da Safra Corretora projeta um aumento na produção da companhia, passando de um número projetado entre 196 mil e 216 mil onças equivalentes de ouro neste ano para 296 mil em 2021 e 339 mil em 2022.

Esses números consideram a entrada em operação comercial da mina americana de Gold Road, no Arizona, ainda neste ano, e o início das operações no Projeto Almas, localizado no Tocantins, em 2022.  

Preço do ouro

A perspectiva para o preço do ouro segue positiva. Na visão do nosso time de análise, o atual ambiente de expansão na liquidez e baixas taxas de juros favorece este cenário. Taxas de juros negativas em mercados desenvolvidos reforçam a tese de manter o ouro como uma alternativa a comprar títulos de dívida.

Histórico favorável

Desde uma troca na gestão da Aura, em 2017, a empresa reiniciou a produção comercial na mina de Aranzazu, no México, e no projeto Ernesto/Pau-a-Pique, no Mato Grosso, com volumes mais elevados e a custos menores. Isso foi possível por conta de ações como novos estudos geológicos e um maior engajamento dos times envolvidos.

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Nossa equipe afirma que esse novo entendimento dos ativos dentro do portfólio da mineradora, somado a uma nova cultura na empresa, mostrou-se uma estratégia bem-sucedida, que pode ser replicada em outros projetos.

Baixa alavancagem

Ainda antes de realizar o IPO na Bolsa, a Aura possuía uma dívida líquida de US$ 44,9 milhões, o que representa uma relação de 0,6 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses.

Considerando que a oferta primária colocada no IPO foi de cerca de US$ 50 milhões, essa relação entre dívida líquida e Ebitda deve recuar significativamente, segundo nossos especialistas. Ainda de acordo com nosso time de análise, isso deve abrir espaço para a Aura participar de possíveis oportunidades de consolidação, especialmente em projetos de tamanho menor ou médio, que podem estar fora do radar de grandes mineradoras.

Dividendos

Espera-se que o forte fluxo de caixa da mineradora se traduza em níveis atrativos de dividendos para os acionistas, com um dividend yield projetado de 7% no período de 2021 a 2025.

Diversificação

A Aura opera em quatro países: Honduras, México, Brasil e Estados Unidos, além de deter ativos na Colômbia.

Na visão do nosso time de análise, além de oferecer certa diluição nos riscos regulatórios por meio da diversificação geográfica, a mineradora também pode se beneficiar de ter suas receitas atreladas ao dólar, enquanto parte dos custos são denominados em moeda local nos países em que atua. 

Riscos

Todo investimento embute riscos, e eles precisam ser levados em consideração. No caso da Aura, os especialistas da nossa Corretora afirmam que os principais riscos são uma queda no preço do ouro, que poderia ser causada, entre outros motivos, por um aumento nas curvas de juros; riscos geológicos, uma vez que as estimativas de volume podem não se concretizar; riscos de execução, que poderiam causar atrasos em projetos; riscos regulatórios envolvendo tributação e licenças; e riscos ambientais, que são inerentes à atividade de mineração.

Ainda assim, considerando o cenário-base projetado para a empresa e para o mercado, a recomendação é de compra.