A última semana de negócios de fevereiro prevê dados internos importantes sobre inflação, emprego e contas públicas. O mercado também acompanha o andamento de propostas no Senado para reduzir os preços dos combustíveis.

Além disso, está prevista uma forte rodada de balanços no Brasil, com destaque para Petrobras e Vale, as duas maiores empresas do país em valor de mercado.

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Já no exterior, a agenda de indicadores está mais calma, de modo que a situação na fronteira da Ucrânia deve seguir como principal elemento de influência para os preços.

Veja a seguir o que acompanhar nos próximos dias.

Segunda-feira: Feriado americano

A semana começa com liquidez reduzida nos mercados, por conta do feriado nos Estados Unidos.

Temos as prévias de fevereiro para o desempenho das economias da Zona do Euro, do Reino Unido e do Japão, segundo a Markit.

Terça-feira: Confiança

Destaque para sondagens sobre o sentimento dos consumidores em fevereiro, inclusive no Brasil, onde o índice da FGV começou o ano em queda.

O levantamento do Conference Board está no radar nos Estados Unidos, assim como a pesquisa do instituto Ifo, que mede a confiança dos empresários alemães.

Sai também a prévia da Markit para a economia dos Estados Unidos em fevereiro.

Na temporada de balanços, Telefônica Brasil, Localiza, Raia Drogasil e BRF divulgam resultados após o encerramento do pregão.

Antes disso, o HSBC reporta seus números ainda de madrugada, seguido de Home Depot.

Quarta-feira: Prévia da inflação

Os investidores monitoram a prévia da inflação em fevereiro no Brasil. O Safra espera que o IPCA-15 acelere para 0,81%, puxado por Educação, com o reajuste de cursos regulares, e por Combustíveis, com o fim da deflação da categoria. A inflação de alimentos deve seguir em patamar elevado.

Em janeiro, o índice havia desacelerado para 0,58%, graças principalmente à queda nos preços da gasolina.

O Banco Central, por sua vez, divulga as estatísticas do setor externo em janeiro. O déficit em transações correntes somou US$ 28,1 bilhões em 2021, o equivalente a 1,75% do PIB. Trata-se do fluxo de bens, serviços e rendas do Brasil com outros países.

No calendário corporativo, destaque para os números de Petrobras e Ultrapar, após o fechamento do mercado. Pela manhã, sai o balanço da Gerdau.

Lá fora, logo cedo estão previstos os balanços da mineradora Rio Tinto e da fabricante Stellantis, resultado da fusão de Fiat Chrysler e Peugeot Citroën.

Quinta-feira: Emprego

O IBGE publica a Pnad Contínua referente ao último trimestre de 2021. O Safra prevê que a taxa de desemprego no período recue para 11,4% (e vale lembrar que devemos ter na semana o Caged referente a janeiro de 2022; prevemos criação líquida de 185,7 mil vagas).

Outra frente importante são os dados de janeiro sobre as contas públicas. As projeções coletadas pelo Prisma Fiscal apontam superávit primário da ordem de R$ 40 bilhões. Isso considera o governo central, que reúne Tesouro, Previdência e BC.

Na temporada de balanços, o principal nome é a Vale, que informa seus resultados financeiros após o encerramento da sessão. Já antes da abertura, destaque para a Ambev.

No exterior, estão previstos pela manhã os números das gigantes chinesas de tecnologia Alibaba e NetEase.

Sexta-feira: Inflação nos EUA

Internamente, a FGV informa a variação do IGP-M em fevereiro. O índice, muito utilizado para reajustes de tarifas públicas e contratos de aluguel, acumulou alta de 16,9% em 12 meses até janeiro.

Nos Estados Unidos, o foco recai sobre a variação em janeiro do índice de inflação PCE, o preferido pelo Fed. O Safra projeta avanço de 0,7% no mês, acumulando 6,2% em 12 meses.