Os próximos dias serão importantes como um termômetro para o fechamento do terceiro trimestre, quando se espera que o PIB irá mostrar uma forte recuperação sobre o segundo trimestre.

Isso porque, na semana, serão divulgados uma série de indicadores econômicos para setembro, com uma visão mais clara sobre o comportamento no varejo e nos serviços.

Na última leitura, com dados referentes a agosto, o varejo ofereceu sinais positivos para a economia, assim como o setor de serviços deu força à avaliação de que a economia segue em recuperação

Nesta semana, o IBGE já divulgou uma retomada na indústria em setembro. Na quinta alta mensal seguida, a indústria apagou as perdas registradas em março e em abril, em decorrência da pandemia.

Na sexta-feira, o Banco Central ainda divulga o IBC-Br para setembro. Esse indicador é conhecido como a “prévia do PIB”, embora a metodologia seja diferente.

Veja, abaixo, os principais eventos econômicos para acompanhar na semana. E, para relembrar como foram os últimos dias, quando a Bolsa teve a melhor performance desde junho, leia nosso resumo semanal

Segunda-feira: Focus

Todo início de semana, às 8h25, o Banco Central divulga o Relatório Focus, que é sua pesquisa semanal com diversos agentes econômicos sobre indicadores como PIB, IPCA, Selic e câmbio, com projeções para este e para o próximo ano.

O time de Macroeconomia do Safra prevê retração de 4,5% do PIB neste ano, taxa Selic estável em 2%, voltando a subir apenas no quarto trimestre de 2021 e câmbio em R$ 5,55 ao final deste ano. A projeção para o IPCA, de 3,2% para este ano, está sob revisão.

Terca-feira: Inflação

Às 8h, a FGV divulga a primeira leitura do IGP-M de novembro. Os IGPs têm chamado a atenção pela forte alta nos preços, em patamar bastante acima do IPCA.

Nesta sexta-feira, por exemplo, foi anunciado que o IGP-DI acumula alta de 17,20% neste ano. Para entender a diferença entre os IGPs e o IPCA, clique aqui.   

Quarta-feira: Vendas no varejo

Às 9h, o IBGE divulga as vendas no varejo para setembro. São dois indicadores, o varejo restrito e o varejo ampliado, sendo que neste último são considerados os segmentos de veículos e materiais de construção. A projeção do nosso time de Macroeconomia é de que as vendas ganhem força nas duas medidas.

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As vendas no varejo no conceito restrito devem subir 9,8% na comparação com setembro do ano passado e 1,4% na comparação com agosto. No conceito ampliado, a expectativa é de crescimento de 8,4% na comparação anual e de 1,7% na comparação mensal.

Neste dia, não haverá pregão nos Estados Unidos, devido ao feriado do Dia dos Veteranos.

Quinta-feira: Serviços

Novamente às 9h, o IBGE publica a pesquisa mensal de serviços de setembro. Este é o setor que foi mais afetado pela crise, e também o que tem apresentado a recuperação mais gradual.

A projeção do nosso time de Macroeconomia é de que o indicador continue abaixo da atividade do ano passado, retraindo 8,2% na comparação com setembro de 2019, mas avançando 0,5% sobre agosto.

Ainda na quinta-feira, os Estados Unidos revelam, às 10h30, o comportamento da inflação em outubro, com o CPI. A estimativa do mercado é de que os preços desacelerem de uma alta de 1,4% em setembro para 1,3% em outubro.

O foco, no entanto, é no núcleo do CPI, que exclui itens mais voláteis, como alimentos e energia. Nesta medida, a  expectativa do mercado é de que os preços avancem 1,7%, mesmo ritmo de alta nos preços observado em setembro.

Atenção, ainda, para a fala de Jerome Powell, às 13h45. Ele é o presidente do banco central americano, o Fed, e participará de um fórum promovido pelo Banco Central Europeu. Suas declarações costumam ser acompanhadas de perto pelos investidores.

Sexta-feira: “Prévia do PIB”

Encerrando a semana, mais um indicador de atividade em setembro. Às 9h, o Banco Central publica o IBC-Br, conhecido no mercado como “prévia do PIB”. Nosso time de Macroeconomia projeta retração de 1,9% em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, e crescimento de 0,4% quando comparado a agosto.

Em seguida, às 12h, é revelada também a confiança do consumidor nos Estados Unidos neste mês, calculada pela Universidade de Michigan. A projeção do mercado é por ligeiro avanço, passando de 81,8 pontos para 82,0 pontos.