As decisões de política monetária sempre são acompanhadas com atenção pelo mercado financeiro. Isso porque, entre outros efeitos, as taxas de juros servem como referência para a renda fixa, com uma série de impactos para outras classes de ativos, bem como para a atividade econômica e a inflação.

Nesta semana, o tema entra em destaque com reuniões de três bancos centrais: do Brasil, dos Estados Unidos e do Reino Unido. 

Os próximos dias também reservam números de inflação e indicadores econômicos nos EUA e na China. Confira, a seguir, os principais eventos no radar dos próximos dias. E, para relembrar como foi a última semana, clique aqui.

“Prévia do PIB”

O início da semana foi marcado pela divulgação do IBC-Br. Este é um indicador de atividade econômica do Banco Central, conhecido no mercado como “prévia do PIB”.

Referente a julho, o indicador marcou alta de 2,1% sobre junho, próximo das projeções do nosso time de Macroeconomia, por uma alta de 2,2%. Na comparação anual, o indicador recuou 4,9%, enquanto a estimativa de nossos especialistas era por uma queda de 5,5%.

Para o nosso time de Macroeconomia, esses números reforçaram a expectativa por um crescimento de 6,7% no PIB do terceiro trimestre.

Economia chinesa

À noite, às 23h, estão previstos indicadores econômicos importantes na China, como investimento fixo, produção industrial e vendas no varejo, todos referentes a agosto. A expectativa do mercado é por leve contração de 0,5% nos investimentos fixos, alta de 5,1% na produção industrial e estabilidade nas vendas no varejo.

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EUA: Juros e discurso

As atenções da semana devem se voltar para a quarta-feira. Às 15h, o Fed, o banco central americano, se reúne para decidir sobre sua taxa básica de juros. A expectativa é pela manutenção no intervalo de 0% a 0,25% ao ano.

No entanto, logo em seguida, às 15h30, o presidente da instituição, Jerome Powell, realiza um discurso. Suas declarações têm sido acompanhadas de perto pelo mercado, muitas vezes com algum impacto nos preços dos ativos.

No final de agosto, durante o tradicional Simpósio de Jackson Hole, o Fed surpreendeu ao alterar sua política e aceitar uma tolerância maior com a inflação, sinalizando para juros baixos por mais tempo.

Copom: Decisão sobre taxa Selic

Também na quarta-feira, mas depois do pregão, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, se reúne para definir a meta da taxa Selic para os próximos 45 dias.

No último encontro, em agosto, o Copom deixou a porta aberta para um eventual novo corte nos juros, mas o nosso time de Macroeconomia acredita na manutenção da taxa Selic em 2% ao ano. Para saber como funciona uma reunião do Copom, clique aqui

Inflação em alta

Às 8h da quarta-feira, atenção também para o dado de inflação medido pelo IGP-10, referente a setembro. Nosso time de Macroeconomia projeta aceleração da inflação para 4,13% na passagem mensal. Na comparação anual, a expectativa é por uma alta de 16,80% nos preços.

Já na sexta-feira, às 8h, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulga a segunda prévia do IGP-M para setembro.

Para entender mais sobre a diferença entre o IPCA, o índice oficial de inflação, e os diferentes IGPs, confira este conteúdo.

Juros no Reino Unido

Na quinta-feira, às 3h, é a vez do Banco da Inglaterra anunciar sua decisão de política monetária. A expectativa do mercado é por manutenção dos juros em 0,10% ao ano.

Arrecadação federal

Na sexta-feira, a Receita Federal divulga os números de arrecadação federal para agosto. O resultado anterior, de julho, havia marcado arrecadação de R$ 116 bilhões.

Para relembrar como foi o último dado de arrecadação, clique aqui.

EUA: Conta corrente e confiança do consumidor

Encerrando a semana, os EUA divulgam na sexta-feira, às 9h30 e às 11h, os números de conta corrente e confiança do consumidor.

Para o primeiro, a expectativa do mercado é por um déficit de R$ 158 bilhões. Para o segundo, a projeção é por uma melhora no número de confiança, passando de 74,1 pontos para 75 pontos.