O início desta semana trouxe notícias importantes para os investidores que acompanham o setor de varejo de alimentos. Destaque para a possibilidade de um novo participante na Bolsa: o Grupo Big, que protocolou nesta segunda-feira um pedido para o registro de seu IPO, processo no qual a companhia abre seu capital na Bolsa.

O Grupo Big é o terceiro maior varejista de alimentos do país, com vendas líquidas de R$ 20,5 bilhões em 2019. No ano passado, a rede iniciou a mudança das lojas Walmart para a bandeira Big, e tem em seu portfólio marcas como Sam’s Club, Bompreço, Maxxi Atacado, entre outros.

Em relatório, nossos analistas Guilherme Assis e Felipe Reboredo escrevem que, com o IPO, a companhia deve reestruturar sua posição competitiva em São Paulo e na região Sul do país, além de buscar se consolidar no Nordeste, onde opera sob a marca Bompreço.

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Segundo a própria empresa, os recursos da oferta devem ser destinados para a abertura de novas lojas atacadistas e postos de combustível, além de converter lojas de varejo em atacado.

Os analistas da nossa Corretora avaliam a notícia como negativa para as ações do Pão de Açúcar (PCAR3) e do Carrefour Brasil (CRFB3), uma vez que a aceleração deste processo de turnaround do Grupo Big pode aumentar a competição, especialmente em São Paulo e nas regiões Sul e Nordeste.

Mudanças no Carrefour

O Carrefour também está se movimentando. A companhia anunciou ontem a nomeação de Guillaume Marie Max Philippe de Braquilanges como diretor vice-presidente de finanças (CFO) do Atacadão, que é a unidade de atacarejo do Carrefour.

O executivo está no Grupo Carrefour há mais de 15 anos. Na avaliação da equipe de análise da nossa Corretora, esse movimento pode indicar a possibilidade de uma cisão do Atacadão, destravando valor da unidade, a exemplo do que ocorreu com o Grupo Pão de Açúcar, que no mês passado revelou estudos para o spinoff do Assaí.

A recomendação dos especialistas da nossa Corretora é neutra para as ações do Carrefour, com preço-alvo de R$ 27 para o final de 2021, e de compra para as do Pão de Açúcar, apesar do impacto negativo decorrente dos planos de IPO do Grupo Big, com preço-alvo de R$ 102 para o final do próximo ano.