Em junho, as demissões no mercado de trabalho formal superaram as admissões em 10.984 vagas, segundo dados informados nesta terça-feira, 28, pela Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Em maio, o saldo havia ficado negativo em 350.303 vagas.

O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no mês passado veio melhor do que as projeções do mercado, cujo piso era de fechamento líquido de 120 mil postos de trabalho.

O time de Macroeconomia do Safra previa redução de 165 mil postos e avalia que os dados vieram bastante positivos. Segundo os cálculos de nossos especialistas, a destruição líquida após ajuste sazonal foi de apenas 101 vagas, sugerindo que o mercado de trabalho formal pode já ter deixado para trás o seu pior momento.

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No primeiro semestre, 1,3 milhão de vagas formais foram destruídas, após ajuste sazonal. Nossa equipe destaca que, com a postergação da divulgação dos dados da Pnad Contínua para a semana que vem, a publicação do Caged ganhou ainda mais importância.

Os próximos meses devem apontar alguma recuperação do mercado de trabalho, segundo nosso time, mas ainda há forte incerteza sobre uma eventual deterioração ao final do programa de preservação da renda e do emprego, que vem sendo bem-sucedido.

Na análise por setores, a indústria, especialmente a construção civil, e a agropecuária criaram vagas no mês de junho na série dessazonalizada. Por outro lado, o comércio e o setor de serviços, as categorias mais sensíveis às medidas de distanciamento social, seguiram fechando postos de trabalho, ainda que em ritmo muito inferior ao observado em abril e maio.