A Vale (VALE3) realizou nesta semana o seu encontro anual com investidores, explicando a revisão nas metas e reforçando seus objetivos de aumentar a segurança das operações e a qualidade de seu portfólio, com disciplina na alocação de capital.

A companhia anunciou na quarta-feira, 2, estimativas de produção mais baixas e investimentos mais altos do que o mercado esperava, gerando uma realização de seus papéis na Bolsa, que fecharam com queda de quase 5% naquele dia.

O time da Safra Corretora, entretanto, acredita que os números de produção de curto prazo devem ajudar a sustentar o alto nível de preços do minério de ferro, aumentando a atratividade do pagamento de dividendos em 2021. O preço-alvo de VALE3 segue de R$ 74,40, com classificação de compra.

Nova meta de produção

A empresa não mudou o plano de atingir uma capacidade de produção de minério de ferro de 400 milhões de toneladas por ano até o final de 2022. Mas a Vale reduziu sua estimativa de produção em 2020 para 300 milhões a 305 milhões de toneladas.

Já em 2021 a mineradora espera 315 milhões a 335 milhões de toneladas, abaixo dos 350 milhões que nossos especialistas projetavam. Nossos analistas Conrado Vegner e Victor Chen acreditam, porém, que os números são favoráveis para os preços do minério de ferro, especialmente no primeiro semestre do ano que vem, período marcado por uma queda sazonal na produção tanto no Brasil, quanto na Austrália. Nesse sentido, a perspectiva para o lucro da Vale é positiva.

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A administração da Vale reiterou a meta de remunerar os acionistas e disse que deve haver pagamento de dividendos extraordinários em 2021. Na opinião de nossos analistas, o dividend yield pode ser muito interessante no próximo ano. A estimativa é que, apenas com um pagamento mínimo, o rendimento poderia ser em torno de 7%.

Evolução em ESG

A Vale mais uma vez reforçou seu foco contínuo na frente de governança e responsabilidade socioambiental. Nossa equipe entende que isso deve ajudar a reduzir a distância entre o preço das ações da Vale em comparação com seus pares australianos.

Entre as iniciativas estão o foco contínuo na segurança de barragens, o objetivo de reduzir as emissões de carbono. O objetivo é reduzir em 33% até 2030 as emissões escopo 1, que são provenientes das operações próprias da Vale, e escopo 2, que são indiretas, de origem externa usadas no processo produtivo, como o consumo de energia elétrica nas operações.

A mineradora introduziu a meta de reduzir 15% até 2035 as emissões de escopo 3, dos fornecedores, do transporte terceirizado e dos clientes, como siderúrgicas.