Primeiro grande banco a abrir os resultados do 3º trimestre, o Santander Brasil (SANB11) mostrou nesta terça-feira, 27, dados bastante fortes, acima até mesmo das estimativas da Safra Corretora, que já eram positivas.

Nossos analistas destacam que o balanço apontou uma recuperação em ‘V’ em seus principais números. O lucro líquido ajustado no trimestre, por exemplo, atingiu R$ 3,9 bilhões, um aumento de 83% em relação ao 2º trimestre.

O desempenho foi beneficiado principalmente pelo recuo na provisão de crédito, mas também pelo bom comportamento nas receitas de serviços e despesas operacionais.

Como consequência, o retorno sobre o patrimônio líquido do banco subiu a 20,9%, ressaltam Luis Azevedo e Silvio Dória, analistas da Safra Corretora. A recomendação de compra para SANB11 está mantida, com preço-alvo de R$ 46,00

Saiba mais:
> Com resultado forte, CSN dá início à 3ª temporada de balanços
> Análise de empresas: Veja 5 conceitos para entender um balanço trimestral

A divulgação do balanço levou a unit do banco a superar na abertura do pregão desta terça-feira o nível de R$ 36 pela primeira vez desde o início da pandemia de Covid-19.

Além disso, o Santander Brasil anunciou R$ 1 bilhão em juros sobre capital próprio que serão pagos no dia 23 de dezembro de 2020. Nossa equipe aponta que isso representa um dividend yield de 0,8%. As ações serão negociadas ex-direitos em 5 de novembro.

Veja a seguir os principais resultados da subsidiária do grupo espanhol entre julho e setembro.

Provisão vem bem abaixo do esperado

A margem financeira bruta ficou acima de R$ 12 bilhões no período. Na carteira de crédito, destaque para os fortes volumes de pequenas e médias empresas, impulsionados por R$ 9,9 bilhões relacionados a programas de apoio do governo.

sanb _1_.pngJá a provisão para créditos de liquidação duvidosa totalizou R$ 2,916 bilhões, bem abaixo da expectativa de nossos especialistas.

O banco informou que fez melhorias nos últimos meses, como aprimoramento de seus modelos matemáticos, melhor recuperação de crédito e originação de maior qualidade.

Em relação à qualidade de crédito, nosso time avalia que a inadimplência parece estar sob controle. Em relação ao nível de postergações de amortizações, o Santander informou que o volume total de pagamentos diferidos atingiu R$ 46,7 bilhões, com melhora em relação ao trimestre anterior.

A receita com tarifas foi boa, e todas as linhas apresentaram melhora na margem, com destaque para cartões e serviços de adquirência. As despesas operacionais totais, por sua vez, foram bastante positivas, apesar do avanço no gasto com pessoal, por conta do dissídio coletivo no período.

O lucro antes de impostos subiu a R$ 6,415 bilhões, reflexo do nível de despesas com provisionamento mais normalizado. No entanto, o banco reportou provisões para Imposto de Renda que contribuíram para reduzir o lucro gerencial.

Em relação à solidez do balanço, o Santander Brasil elevou o nível de capital CET1 a 12,3% e o índice de Basileia a 14,9%.

Boa perspectiva para o setor bancário

A equipe de análise da Safra Corretora continua com uma perspectiva bastante otimista para o setor bancário. As ações dos bancos vêm sendo negociadas a preços atrativos e esta temporada de balanços pode trazer força para o setor.

O Bradesco mostrará seus números do 3º trimestre no dia 28, enquanto Itaú e Banco do Brasil irão anunciar seus resultados em novembro, nos dias 03 e 05, respectivamente. Não deixe de conferir aqui as atualizações das análises da Safra Corretora para as ações.

Nossos especialistas também ressaltam que os últimos dados de crédito divulgados pelo Banco Central apresentaram volumes muito superiores às expectativas.

O saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional alcançou R$ 3,8 trilhões em setembro, aumento de 1,9% no mês e um sinal positivo para o setor.