O principal índice de ações da Bolsa, o Ibovespa, segue em tendência positiva. Com mais uma semana em alta, o índice agora se aproxima de zerar a perdas no ano. No acumulado de 2020, o Ibovespa está negativo em apenas 0,45%. Na semana, os ganhos foram de 1,21%.

Também acompanhamos com atenção a desvalorização do dólar frente ao real. Nos últimos dias, a moeda americana recuou 1,54%, encerrando cotada aos R$ 5,04.

Relembre alguns dos principais acontecimentos da semana.

PEC Emergencial

Apesar do bom desempenho da semana, as preocupações em torno da agenda fiscal ganharam força nos últimos dias.

Logo no início da semana, foi publicado na imprensa que o texto da PEC Emergencial incluiria mecanismos que colocariam em dúvida a continuidade do cumprimento do teto de gastos. A proposta, segundo a reportagem, era de que despesas financiadas por meio de receitas vindas da desvinculação de fundos públicas não fossem contempladas na regra do teto de gastos.

O Ministério da Economia negou o teor do texto. O relator da PEC Emergencial, Márcio Bittar, também negou o conteúdo.

No entanto, ficaram as incertezas em relação ao encaminhamento da PEC Emergencial. Nesta sexta-feira, o relator da proposta anunciou que o parecer final sobre a proposta será apresentada somente em 2021.  

Início da vacinação

O noticiário envolvendo a vacina, no entanto, continua dando o tom dos mercados. Enquanto os números de novos casos de Covid-19 seguem avançando, especialmente no hemisfério norte, onde são registrados recordes de casos, a proximidade das vacinas oferece um alento.

O destaque ficou para o Reino Unido, que começou a vacinar a população na terça-feira, por meio das doses da Pfizer em parceria com a BioNTech. O laboratório publicou, ainda, no principal jornal científico britânico, o New England Journal of Medicine, os resultados preliminares da fase 3 que confirmam a eficácia de 95% da vacina.

O Reino Unido ainda esteve em destaque durante a semana por causa do Brexit. Na quinta-feira, o primeiro-ministro Boris Johnson declarou que há uma forte possibilidade de não haver acordo no processo de saída do Reino Unido da União Europeia. As últimas semanas têm sido de fortes negociações, uma vez que o Reino Unido deixa de seguir as regras comerciais do bloco, com ou sem acordo, em 31 de dezembro. 

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Nos Estados Unidos, o destaque ficou para o painel de especialistas da FDA, a agência reguladora de medicamentos do país. O painel recomendou, na noite de quinta-feira, a aprovação para o uso emergencial da vacina da Pfizer.

A imprensa americana espera que a FDA autorize o uso da vacina em breve, podendo ocorrer nas próximas horas. O Canadá anunciou nessa semana a autorização para uso emergencial da vacina.

Vacinas no Brasil

No Brasil, o tema também segue gerando repercussões. Durante a semana, o governo de São Paulo anunciou que irá começar a vacinar a população em 25 de janeiro, com as doses da Coronavac, vacina produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Foi anunciado, também, que o Instituto Butantan já iniciou a produção, que deve chegar a um milhão de doses por dia.

A semana também foi de expectativas quanto a um plano nacional de imunização, o que não foi anunciado até o momento. Durante a semana, a Anvisa aprovou uma resolução que abre a possibilidade para os laboratórios solicitarem a autorização para uso emergencial.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou na sexta-feira que a autorização emergencial será solicitada à Anvisa, mas afirmou que que não considera esta a solução ideal, uma vez que este tipo de autorização permite aplicar a vacina somente para grupos restritos, como idosos e profissionais da saúde.

Estímulos

Os Estados Unidos voltam mais uma vez ao radar com relação ao pacote de estímulos, que está em um impasse há meses entre republicanos e democratas. As discussões estão em torno de um pacote próximo a US$ 1 trilhão.

A semana deu indícios de que as negociações avançariam, com o líder republicano no Senado, Mitch McConnel, anunciando que buscaria concessões para chegar a um terreno comum com os democratas. Os dois lados, no entanto, criticaram as propostas que foram colocadas à mesa, e o cenário permanece de impasse.

O Congresso, por sua vez, aprovou um projeto orçamentário que impede a paralisação das atividades do governo federal, que começaria neste sábado. O texto tem validade de uma semana, oferecendo mais tempo para que democratas e republicanos avancem nas negociações, uma vez que o objetivo é incluir o pacote de estímulos no projeto orçamentário definitivo do próximo ano.

Na Europa, o Banco Central Europeu anunciou que irá ampliar em seu programa de compra de ativos em 500 bilhões de euros, estendendo o programa até marco de 2022.  

Copom

Outro evento de grande destaque da semana foi a última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom.

A autoridade monetária manteve a taxa Selic em 2% ao ano, conforme amplamente esperado pelo mercado. No entanto, o comunicado da decisão trouxe uma nova comunicação sobre a prescrição futura, termo cunhado para definir a sinalização do BC de que manterá os juros baixos por período prolongado.

Desta vez, o comunicado mencionou, pela primeira vez, que as condições para a manutenção da prescrição futura podem não ser satisfeitas em breve. Na prática, nosso time de Macroeconomia avalia que o comunicado abriu a possibilidade para o Banco Central alterar sua comunicação na reunião de janeiro. A expectativa dos nossos especialistas, no entanto, é que isto irá ocorrer somente em março. E os juros, devem subir apenas e agosto. Entenda mais aqui.

Recomendações e projeções

Durante a semana, publicamos importantes materiais de investimentos. Na segunda-feira, revelamos o Safra Report do último mês do ano. Este material traz uma visão geral de investimentos, apresentando as alocações por classe de ativos para quatro perfis de investidores: ultraconservadores, conservadores, moderados e dinâmicos.

Ao longo da semana, a equipe de análise da nossa Corretora também atualizou as projeções para a Bolsa no próximo ano. O tom segue otimista. A estimativa é que o Ibovespa avançará para 131 mil pontos até o final do próximo ano.

E, para relembrar as carteiras recomendadas deste mês, clique aqui.