O Ibovespa alcançou mais uma semana de firme recuperação, só deixando de subir na quinta-feira. O índice acumulou ganho de 2,6% no período, aos 107,8 mil pontos.

Na máxima, operou aos 108,7 mil pontos, mais de 8% acima do momento mais crítico do último pregão de novembro, quando a ômicron provocou uma onda de vendas nos mercados.

A nova variante do coronavírus seguiu como um fator preponderante para os negócios. A retomada do apetite a risco dos investidores veio apenas com a leitura preliminar de que ela seria menos letal.

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Com isso, o S&P 500 obteve valorização semanal de 3,8% nos Estados Unidos, renovando seu recorde de pontuação, enquanto o Stoxx 600 ganhou 2,8% na Europa. Na China e no Japão, as bolsas também apresentaram variações positivas.

No mercado de câmbio, o dólar encerrou cotado a R$ 5,61, queda semanal de 1,2%. Outro destaque foi o mercado de fundos imobiliários. O Ifix avançou 2,4% na semana, a segunda alta consecutiva.

Entre as commodities, o petróleo interrompeu a sequência de seis semanas de queda. O preço do barril de Brent aumentou 7,5% no período, a US$ 75.

Inflação

Na frente de dados econômicos, as vendas do varejo brasileiro recuaram 0,1% na passagem de setembro para outubro, com uma surpresa negativa do comércio de móveis e eletrodomésticos.

Já o IPCA subiu 0,95% em novembro, após registrar 1,25% em outubro. Apesar da desaceleração, foi a maior alta para o mês desde 2015. No acumulado de 12 meses, o índice atingiu 10,74%, maior nível desde novembro de 2003.

Apesar do nível elevado, a expectativa do mercado era de uma inflação ainda mais forte, o que reduziu a cautela dos investidores na reta final da semana.

Mais uma vez, a maior pressão sobre o IPCA veio da gasolina. Por outro lado, foi registrado um alívio mais significativo do que o projetado nos grupos de alimentos e saúde.

A inflação também foi destaque nos Estados Unidos. O índice CPI mediu aumento anual de 6,8%, o maior em quase 40 anos, e mensal de 0,8%. Também por lá, a gasolina puxou o índice para cima.

Copom

O principal evento no Brasil foi o aumento da taxa básica de juros. Como previsto, o Banco Central manteve o ritmo prometido e elevou a Selic ao nível de 9,25% ao ano.

No comunicado que acompanhou a decisão, o comitê de política monetária sinalizou que a próxima reunião, em fevereiro, trará mais uma alta de um ponto e meio, postura mais dura do que a esperada pelos analistas.