Nesta semana publicamos o nosso relatório especial juros baixos, o qual apresenta uma leitura histórica da queda dos juros e contextualiza a economia e os investimentos no cenário atual. Os autores do relatório, os estrategistas Jorge Sá e Tatiana Gomes, comentaram mais detalhes sobre o assunto em uma live promovida em nosso canal do YouTube nesta quarta-feira.

“Agora que entendemos que a taxa de juros vai ser baixa, precisamos nos sofisticar como investidores e analisar fatores que não analisávamos antes”, explica Tatiana. Segundo o Departamento de Macroeconomia do Safra, o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve reduzir a taxa Selic para uma nova mínima histórica nesta próxima terça-feira: 2% ao ano.

Há apenas quatro anos, os juros superavam a barreira dos 14%. E este cenário fez com que o investidor brasileiro, historicamente, se acostumasse a retornos elevados, sem risco, na renda fixa. Segundo nossos estrategistas, este tempo ficou para trás. “Nas economias desenvolvidas que já convivem com juros baixos, o mercado se sofisticou e as pessoas aprenderam que para não ter o dinheiro corroído pela inflação é preciso tomar risco”, explica Tatiana.

O risco do 100% do CDI

A projeção do Departamento de Macroeconomia do Safra para o IPCA, o índice oficial de inflação, é de 1,6% neste ano e de 3,1% para o próximo. Com uma taxa Selic reduzindo para 2% ao ano e permanece neste patamar até pelo menos o fim do próximo ano, esse cenário significa que o investimento atrelado a 100% do CDI terá, na prática, juro real negativo.

Jorge alerta, ainda, que um número muito expressivo de investidores está aplicado em renda fixa tradicional, e que este volume de recursos precisará de novas alternativas.

Deste modo, a renda fixa, embora seja necessária na carteira dos investidores, precisará se adaptar a uma nova realidade. “Ela tem que ser uma renda fixa mais bem pensada”, complementa Tatiana, citando como exemplo os títulos de crédito privado ou fundos de renda fixa com gestão ativa, de modo a buscar ganhos em diferentes prazos da curva de juros.

O crescimento dos multimercados

Essa demanda por diversificar os portfólios exige um olhar muito mais atento para cada mercado, com um rebalanceamento de modo ativo — essa composição das carteiras se expressa em nosso relatório mensal Safra Report, que nos últimos meses vem demonstrando a importância dos multimercados e da renda variável para diferentes perfis de investidores . “Nós sempre optamos por uma estratégia em que nossos clientes delegam a gestão para fazermos esse rebalanceamento dos portfólios”, explica Jorge.

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Por poder atuar em todos os mercados, da renda fixa à renda variável, os fundos multimercados se tornam produtos dinâmicos para diferentes cenários. Tatiana lembra, ainda, que nesta categoria há diversos gestores e analistas com ampla experiência analisando de modo individualizado cada mercado. Há, por exemplo, times dedicados acompanhando apenas a economia, o comportamento do câmbio, o mercado de juros, o sobe e desce da Bolsa, entre outros. “É a visão conjunta de muitos especialistas olhando junto”, resume.

A vantagem em delegar a gestão para esse conjunto de especialistas é a velocidade na análise e na tomada de decisão. Eles conseguem identificar, por exemplo, de modo ágil as oportunidades pontuais de entrada e de saída em diferentes operações, bem como se antecipar a possíveis riscos e montar proteções. “Falamos muito de ‘o gestor’, mas na verdade há um grande coletivo”, complementa Jorge. Entre as diversas alternativas desta categoria, uma das mais reconhecidas é o Safra Galileo, com longo histórico de resultados.

Perspectivas para a Bolsa

A realidade dos juros baixos, no Brasil e no exterior, impulsiona os ativos de risco no mundo inteiro. Soma-se a isso a expectativa — ainda com a incerteza do timing em que tudo irá se desenrolar — de que as economias irão se recuperar do choque deste ano, os governos continuarão com medidas de estímulos e as vacinas serão desenvolvidas

Com uma forte alta de mais de 60% desde o pior momento da crise deste ano, fica o questionamento se a Bolsa já não subiu demais. O time de análise da Safra Corretora divulgou recentemente um relatório no qual projeta o Ibovespa, o principal índice de ações da Bolsa, aos 112 mil pontos até o final do ano — o índice fechou esta sexta-feira próximo aos 103 mil pontos.

No entanto, Tatiana lembra que as oportunidades de ganho são maiores. “Um fundo que faz ‘stock picking’ consegue ir atrás de empresas mal precificadas, que estão baratas e que têm maior potencial de alta”, explica.

O investimento em fundos de ações — locais e internacionais — é apenas uma alternativa para participar da Bolsa. Jorge lembra que também é possível investir por meio da Safra Corretora, que publica todos os meses carteiras recomendadas de ações, bem como uma série de relatórios de análise para auxiliar na tomada de decisão, e por meio dos produtos de tesouraria, como os COEs (Certificados de Operações Estruturadas), que trocam parte do potencial de retorno por mais segurança nas operações.

“O nosso objetivo continua sendo, cotidianamente, de preservar o capital do nosso cliente e tentar prover os melhores resultados para cada um dos perfis”, conclui Jorge.

Assista, abaixo, à transmissão na íntegra: