Com a pandemia, o setor de saúde se viu diante de importantes desafios e precisou inovar para atender às novas demandas. Na medicina diagnóstica, laboratórios precisaram lidar com a perda de parte importante de sua receita, devido à menor realização de exames eletivos, ao mesmo tempo em que acionaram seus times de Pesquisa & Desenvolvimento e precisaram produzir rapidamente testes para o novo coronavírus.

O Grupo Sabin foi um dos primeiros a realizar esse feito, tendo testes prontos desde fevereiro. Fundado em Brasília, no ano de 1984, o grupo realiza mais de 40 milhões de exames por ano e atua em 53 cidades, espalhadas pelas cinco regiões brasileiras.

O Banco Safra convidou Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin, para explicar mais sobre esses e outros desafios enfrentados durante a pandemia. Confira os principais trechos da conversa:

Primeiros sinais da pandemia

A executiva líder da Sabin considera que mensurar o tamanho do impacto, dos riscos e dos efeitos da pandemia foi um problema em todo o mundo. Apesar disso, sua empresa tentou se preparar e vem monitorando o cenário internacional há muitos meses. “Começamos a acompanhar o surgimento do coronavírus na China, no final de 2019, pela questão de saúde pública e das novas técnicas de métodos diagnósticos que estavam surgindo”, conta. “Em fevereiro, quando o primeiro caso de coronavírus foi diagnosticado no Brasil, nós já tínhamos métodos desenvolvidos e laboratórios realizando os exames”, acrescenta.

Desenvolvimento dos testes

“Estudamos os protocolos, desenvolvemos os testes, e em menos de 20 dias (desde o recebimento da primeira amostra) já tínhamos o teste montado e validado”, explica Lídia. “Já tínhamos essa metodologia para outros tipos de vírus, temos uma equipe de P&D há 20 anos”, complementa. A executiva também conta que o teste desenvolvido pela Sabin é altamente específico e preciso, capaz de detectar o novo coronavírus no começo da doença, a partir do terceiro dia de sintomas.

Imunidade de rebanho

De acordo com a CEO, estamos perto da imunidade de rebanho em algumas cidades do país, como Manaus e Belém. “Ao que tudo indica, são cidades que retomaram o seu funcionamento e o número de casos está reduzido, provavelmente não será necessário um segundo fechamento”, diz.

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No entanto, Lídia lembra que o Brasil é um país de grande extensão territorial, com ampla diversidade de infraestrutura nos sistemas de saúde e diferentes estágios da doença acontecendo concomitantemente. “Na realidade, teremos que observar cada região do país para, então, ver se vai ser necessário fazer algum novo fechamento”, complementa.

Ainda segundo ela, também é preciso ficar atento ao comportamento dos vírus respiratórios, que têm como característica comum se modificarem ao longo do tempo. “É por isso que tomamos vacina da gripe todos os anos, por exemplo”.

Essa imprevisibilidade faz com que os cuidados com prevenção sejam ainda mais necessários, como o uso de máscaras. “Estamos vendo que a barreira mecânica é uma prevenção importante. As máscaras cirúrgicas são importantes para os profissionais de saúde, protegem mais que as de tecido, que devem ser as usadas pelos cidadãos comuns, menos expostos ao vírus”, afirma.

Resultados no segundo trimestre

Lídia explica que em todo o setor de laboratórios e hospitais, não apenas no Grupo Sabin, houve redução significativa nos procedimentos eletivos, sendo a área de diagnóstico por imagem a mais atingida.

No entanto, a executiva aponta para a retomada gradual da normalidade, com os volumes chegando a quase 90% da demanda normal, em especial nas análises clínicas, carro-chefe do grupo. “Os exames de Covid chegaram a representar de 20% a 25% de toda a receita em abril e maio, sendo que em cidades como Manaus e Belém a porcentagem foi ainda maior, chegando a 40%. No começo de junho a retomada já começou, com maior volume dos exames eletivos e análises clínicas”.

Confira, abaixo, a live completa: