A equipe de análise da Safra Corretora se reuniu em mais uma live para discutir em detalhes as alterações promovidas na Carteira Recomendada de Ações de Agosto. Cauê Pinheiro explicou as ações escolhidas nos setores de saúde e transportes, Conrado Vegner em siderurgia, mineração e petróleo, Daniel Travitzky em utilidades básicas e saneamento, Guilherme Assis em varejo e consumo e Luis Azevedo em serviços financeiros e telecom.

Esses são os principais setores em nossa carteira, que neste mês possui exposição de 27% em serviços financeiros, 13% em siderurgia e mineração, 12% em petróleo e gás, 11% em transportes e saúde e 9% em consumo e varejo e utilidades básicas. Também presentes, mas com menor peso, ficam os setores de shoppings e telecomunicações.

As maiores mudanças da carteira de julho para agosto ficam com a retirada das ações de Magazine Luiza e BRF, e a inclusão das ações de Hermes Pardini, Fleury, Gerdau, Tegma e Via Varejo.

Confira, abaixo, os destaques entre as inclusões e retiradas da carteira para este mês:

Hermes Pardini e Fleury

“Dentro do setor de saúde, medicina diagnóstica e análises clínicas são os segmentos que têm mostrado recuperação mais forte”, relata Pinheiro. Devido a isso, e ao aumento no faturamento que essas companhias vêm obtendo com os exames de coronavírus, nossos especialistas incluíram as ações de Hermes Pardini e Fleury nas recomendações de agosto.

Para a Hermes Pardini, Pinheiro acredita que já neste terceiro trimestre a companhia irá apresentar crescimento de lucro na comparação com o mesmo período do ano passado. A companhia também deve negociar, em 2021, a um múltiplo PL de 21 vezes, enquanto a Aliar – companhia par da Hermes Pardini – deve negociar a 27 vezes. Esse múltiplo abaixo de seu concorrente sinaliza que a ação pode estar barata. 

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Pinheiro acredita que a companhia deve ter crescimento de lucro e boas perspectivas para os próximos anos, o que também acontece com a Fleury, que negocia a um múltiplo PL bastante atrativo, de 21 vezes, também abaixo da média do setor.

Gerdau

Sobre a inclusão da Gerdau, Vegner destaca que “os resultados da empresa no segundo trimestre foram bons. A Gerdau se beneficiou da atividade resiliente no setor de construção, e as expectativas de grandes quedas nos volumes não se materializaram no trimestre e devem ser menos pronunciadas do que se esperava no começo da pandemia”.

Vegner relata que para o setor de aço, em especial os aços longos – tipo usado principalmente na construção civil, e o principal produto da Gerdau – o pior da crise do coronavírus já deve ter ficado para trás, e os volumes de vendas já estão próximos dos níveis pré-pandemia. O especialista explica que o pior momento foi em abril, com fortes quedas, e desde então, os volumes estão se recuperando tanto em obras maiores (de construtoras), como em obras menores (domésticas).

O bom momento permitiu aumento de preços, que ficaram entre 8-10% em julho e devem sofrer reajuste adicional de 8% em agosto, ainda com margem para mais aumentos nos meses seguintes. A desvalorização cambial também é um ponto positivo para o setor, que conseguiu exportar inclusive para a China nos últimos meses, país que não costuma comprar aço do Brasil.

Tegma

Esta é uma empresa do setor de operador logístico, mais especificamente em veículos, que é um o setor bastante atrelado à atividade econômica. Pinheiro avalia que os resultados da empresa devem vir mais fortes nos próximos trimestres, devido ao movimento de reabertura da economia e às condições de crédito ao consumidor mais favoráveis.

A empresa tem um modelo de negócios “asset light”. Ela utiliza apenas 7% da frota em seus serviços, o que permite operar com baixos custos fixos e margens altas – o retorno sobre o capital investido está estimado em torno de 20%, algo sem paralelo nas empresas que fazem parte de nosso universo de cobertura.

A Tegma ainda possui boa capacidade de distribuição de dividendos, com um dividend yield estimado em 5% para este e para o próximo ano.

Magazine Luiza x Via Varejo

Guilherme Assis explica que houve uma troca no setor de e-commerce – especificamente em termos de crescimento na pandemia – da Magazine Luiza pela Via Varejo. Segundo o especialista, a Via Varejo tem demonstrado desempenho forte, boa execução no e-commerce e, recentemente, também melhorou sua estrutura de capital, ao completar uma oferta bem sucedida de ações e se capitalizar R$ 4,5 bilhões.

Apesar de reconhecer que a Magazine Luiza possui a melhor execução da indústria, o analista da Safra Corretora lembra que a empresa já vale cerca de R$ 130 bilhões na Bolsa, enquanto a Via Varejo representa cerca de R$ 30 bilhões, para um tamanho parecido em termos de vendas projetadas.

Ele ainda avalia que a Via Varejo é um caso de turnaround. A empresa passou por trocas de controle e gestão faz um ano, e desde e os novos gestores, tem implementado um novo ritmo e colhido os frutos das estratégias mais assertivas na execução”, destaca. “Com o crescimento na importância da vendas online, acreditamos que companhia vai continuar performando bem na Bolsa.”

Em 2020, o especialista relata que as ações da Via Varejo já subiram 75% e devem subir ainda mais com a divulgação dos resultados, que ocorrerá hoje (12). Comparando com Magazine Luiza, Assis explica que essa tem a melhor execução da indústria mas menor potencial de valorização que Via Varejo, por seu valor na Bolsa já estar muito alto, enquanto o de Via Varejo ainda pode subir bastante.

Nossos analistas também explicaram por que mantiveram na Carteira Recomendada as ações de Vale, Bradespar, Hapvida, Grupo Pão de Açúcar e TIM, além de algumas no segmento de bancos e shoppings. Confira abaixo a live completa: