O Bradesco (BBDC4) apresentou nesta quarta-feira, 28, resultados melhores do que se esperava para o 3º trimestre, com lucro líquido ajustado de R$ 5,031 bilhões, 6,6% acima da estimativa da Safra Corretora.

O resultado representa uma queda de 23,1% em relação ao mesmo período de 2019, e uma alta de 29,9% na comparação com o 2º trimestre de 2020.

bbdc _1_.pngA recuperação veio de menores despesas com provisão de crédito e bom controle de custos, que mais do que compensaram a fraqueza na margem financeira total.

Com isso, nossos analistas Luis Azevedo e Silvio Dória destacam que o retorno sobre o patrimônio líquido do banco subiu a 15,2%.

Eles lembram que, partindo do pressuposto de que a atividade econômica no país seguirá melhorando, o próximo ano deve mostrar um nível de provisionamento muito mais baixo, elevando substancialmente os ganhos do banco.

Desse modo, nosso time  mantém uma perspectiva positiva para BBDC4, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 35,00 para 2021.

A provisão para devedores duvidosos foi de R$ 5,6 bilhões, queda de 37,1% ante o 2º trimestre. No entanto, 67,5% acima do observado no ano anterior. O Bradesco encerrou assim o trimestre com um índice de cobertura de 398,2%, maior nível da história do banco.

Adiamentos na crise

O Bradesco deu uma visão detalhada das operações de crédito prorrogadas durante a pandemia, cujo total era de R$ 73,5 bilhões até 23 de outubro. Desse saldo, aproximadamente R$ 60,4 bilhões estavam dentro do prazo, R$ 11,7 bilhões estavam dentro do período de carência e apenas R$ 1,4 bilhão registravam atraso de mais de 30 dias. As extensões devem terminar em dezembro.

O Bradesco também informou que possui garantias para aproximadamente 70% desse volume total, o que leva nossa equipe a avaliar que o risco de inadimplência relacionado à pandemia parece estar sob controle.

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O esforço de renegociação do Bradesco contribuiu para reduzir a 2,3% o índice de inadimplência acima de 90 dias.

Pelo lado das despesas, destaque para a redução de 13,3% ns despesas com pessoal em relação ao ano anterior, reflexo do programa de desligamento voluntário de 2019. 

Nossos especialistas apontam ainda que o Bradesco fechou 372 agências neste trimestre – e quase 800 nos últimos 12 meses –, o que sugere que as despesas operacionais podem continuar diminuindo nos próximos meses.