Depois de dois meses no negativo, o principal índice de ações da Bolsa, o Ibovespa, sustenta ganhos em outubro. Pela segunda semana consecutiva, o índice encerrou em alta, desta vez com ganhos acumulados de 0,85%, aos 98.309 pontos. Com isso, no mês, o índice avança 3,9%.

O Ibovespa chegou a se aproximar da marca dos 100 mil pontos na quarta-feira, quando alcançou os 99.334 pontos, mas perdeu força nos dois últimos dias, diminuindo os ganhos da semana.

O câmbio, por outro lado, segue pressionado. O dólar seguiu a tendência de alta durante toda a semana e valorizou 2,12%, encerrando a sexta-feira cotado a R$ 5,64.

Enquanto no Brasil observamos sinalizações positivas para a economia, embora as incertezas quanto às contas públicas continuem, o cenário internacional teve como destaque o avanço da Covid-19 na Europa e a retomada de algumas medidas de restrição.

Nos Estados Unidos, o debate em torno do novo pacote de estímulos permanece, mas encerramos mais uma semana sem avanços significativos sobre o tema – e com as eleições para presidente se aproximando ainda mais. 

Relembramos, abaixo, alguns dos principais eventos que marcaram a semana. E, para saber o que esperar para os próximos dias, confira nossa agenda semanal.

Coronavírus na Europa

Ao longo da semana, acompanhamos uma série de notícias sobre novas medidas de distanciamento social no continente europeu. Ainda que as medidas sejam mais brandas do que aquelas adotadas no início da pandemia, este movimento adiciona um novo tom de incerteza.

Foram diversas medidas em grandes cidades europeias, em geral impactando atividades recreativas, sem desdobramentos para atividades como escolas e locais de trabalho.

Em Paris, na França, por exemplo, foi imposto um toque de recolher com validade a partir deste sábado, com duração de quatro semanas. Em Londres, no Reino Unido, a cidade entrou em “alerta alto” para a Covid-19, o que significa novas limitações em ambientes fechados. Outras regiões do continente também revelaram nos últimos dias alguma medida neste mesmo sentido, como na Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, entre outros.

No final da semana anterior, a Europa havia ultrapassado a marca de 100 mil novos casos por dia, algo que não havia acontecido nem mesmo no início da pandemia. Os números seguem em tendência de elevação.

Vacinas

O começo da semana também trouxe notícias negativas para as vacinas. A Johnson & Johnson anunciou a suspensão de seus testes clínicos após um voluntário apresentar uma doença desconhecida. Esta vacina tem como diferencial o fato de ser de dose única, enquanto as demais que também estão em fase final de testes requerem mais de uma dose.

A paralisação dos estudos não é um evento incomum. Em setembro, a AstraZeneca também suspendeu temporariamente seus estudos após um voluntário também apresentar uma doença desconhecida. Os testes foram retomados cerca de uma semana depois.

Nesta sexta-feira, a Pfizer também publicou um comunicado no qual afirma que não buscará uma autorização emergencial para o uso de sua vacina antes da terceira semana de novembro. Até então, parte dos especialistas trabalhava com este cenário para outubro.

Economia em recuperação

No Brasil, tivemos dois indicadores econômicos importantes para avaliar a atividade em agosto. O IBGE divulgou os dados de volumes de serviços, que surpreendeu positivamente e se juntou a sinalizações também positivas na indústria e no varejo. Nosso time de Macroeconomia avalia que os dados reforçam a expectativa de recuperação no terceiro trimestre.

Também nesta semana, o Banco Central revelou o IBC-Br de agosto, indicador que é conhecido como ‘prévia do PIB’, apesar de diferenças metodológicas. O resultado de agosto sobre julho veio abaixo do esperado, com crescimento de 1,1%, mas nossos especialistas explicam que isso se deve a revisões nos números dos últimos meses, fazendo com que a base de comparação fosse mais elevada.

Assim, quando comparado com o resultado de agosto de 2019, o IBC-Br veio melhor que o esperado: retração de 3,9%, o que significa uma contração menor do que os 4,4% estimados pelos nossos especialistas.

Saiba mais:
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Situação fiscal

O debate em torno das contas públicas, que tem permanecido no centro das atenções nas últimas semanas, desta vez não apresentou grandes novidades.

Ainda assim, nesta sexta-feira uma reportagem do Estadão coloca em perspectiva mais uma dificuldade do tema para o início do próximo ano: entre janeiro e abril, ocorrerá o vencimento de R$ 643 bilhões em dívidas do governo federal. Este volume é mais do que o dobro da média vista nos últimos cinco anos. Para financiar este volume, o governo costuma rolar a dívida, ou seja, emitir novos títulos públicos.  

Temporada de balanços

No mercado de renda variável, a semana também marcou um evento importante: o início da temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre.

A temporada já ganha força nos Estados Unidos, que nesta semana teve como destaque a divulgação de números no setor bancário, mas no Brasil teve início na noite de quinta-feira, com os resultados da CSN. A siderúrgica surpreendeu positivamente, fazendo com que os analistas da nossa Corretora elevassem o preço-alvo da companhia para o final de 2021, mantendo a recomendação de compra.

Nossos especialistas também publicaram uma projeção de resultados para o setor financeiro, que representa parcela expressiva do Ibovespa. A estimativa é de melhora significativa nos números. Você pode acompanhar a análise completa aqui.

E, para se manter sempre atualizado com as análises mais recentes do nosso time de especialistas da Corretora, confira nossa página de análise de ações.

Projeção para inflação

Também nesta semana, nossa equipe de Macroeconomia revisou para cima a projeção de inflação no ano. Agora, espera-se que o IPCA encerre 2020 com alta de 2,8%, superior aos 2,5% que eram projetados até então.

Essa revisão tem como pano de fundo as surpresas nas últimas leituras do IPCA, influenciadas principalmente pelo repasse de preços do atacado para o varejo. Ainda assim, um IPCA de 2,8% representa um valor bem abaixo da meta de inflação do Banco Central para este ano, que é de 4%.

Onde investir

Ao longo da semana, conduzimos duas lives para apresentar a nossa visão atualizada sobre os investimentos.

Na quarta-feira, nossos especialistas Tatiana Gomes e Luiz Zordan conversaram sobre o Safra Report, nosso relatório mensal que apresenta uma visão global da carteira de investimentos, discutindo as alocações em renda fixa, renda variável, fundos multimercados, e muito mais. Relembre a conversa abaixo:

Já na quinta-feira, os especialistas Cauê Pinheiro e Eduardo Marzbanian, da Safra Corretora, comentaram especificamente sobre o mercado de renda variável ou apresentar a visão atualizada para a carteira recomendada de ações. Confira a seguir: