Esta semana marca um dos períodos mais intensos das divulgações de resultados do terceiro trimestre das empresas listadas em Bolsa. O destaque ficou para a noite de quarta-feira, quando Petrobras, Vale e Bradesco, que somados representam mais de 25% da carteira do Ibovespa, divulgaram seus números.

Após a forte retração observada na economia no segundo trimestre, o mercado agora avalia como as empresas se comportaram em um trimestre que deve ser marcado por retomada na economia.

Selecionamos, abaixo, um resumo de como foram os três principais balanços. E, para acompanhar outras análises do cenário corporativo, não deixe de conferir nossa página de análise de ações.

Petrobras

O time de análise da Safra Corretora destaca que os números da Petrobras (PETR3, PETR4) revelam uma forte recuperação em relação aos meses anteriores, mais impactados pela pandemia. O bom desempenho foi desencadeado pela melhora tanto na demanda doméstica, quanto nos preços do barril de petróleo, explicam nossos analistas Conrado Vegner e Victor Chen.

A Petrobras reportou um Ebitda ajustado de R$ 33,4 bilhões, 22% acima da projeção da Safra Corretora. Isso aconteceu principalmente por causa do efeito positivo, no refino, da elevação do preço do petróleo nos estoques. Na divisão de exploração e produção, contribuíram os menores custos de extração.

Ainda assim, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão, pressionada por itens não recorrentes, como o ágio na recompra de títulos de dívida (-R$ 2,8 bilhões) e adesão aos programas de anistia fiscal no RJ e ES (-R$ 1,9 bilhão). Nossos especialistas calculam que, excluindo eventos assim, a Petrobras teria registrado lucro líquido de R$ 3,0 bilhões no trimestre.

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A estatal ainda revisou seu plano de investimentos em Exploração & Produção para baixo. Na visão de Vegner e Chen, a meta da Petrobras de maximizar valor, em vez de produção, deve se traduzir em maior eficiência operacional e, consequentemente, melhores resultados.

A perspectiva para a empresa segue positiva, com recomendação de compra para as ações PETR3 e PETR4. O desempenho no curto prazo, no entanto, pode ser limitado.

Leia a análise completa de Petrobras.

Vale

A Vale (VALE3) já havia anunciado na semana passada bons dados de produção. E agora, na noite de quarta-feira, a mineradora confirmou as expectativas por bons resultados no terceiro trimestre, amparada pela recuperação dos volumes e pelos fortes preços.

O lucro líquido cresceu 192% sobre o segundo trimestre, de US$ 995 milhões para US$ 2,9 bilhões. Este patamar permaneceu 10% abaixo de nossas projeções, que eram de US$ 3,2 bilhões, mas nossa equipe de análise, em relatório assinado por Conrado Vegner e Victor Chen, explica que isto se deve a despesas financeiras mais elevadas e perdas com derivativos, parcialmente compensadas por menos impostos.

Apesar desse lucro menor do que o aguardado, outras linhas importantes do balanço surpreenderam positivamente, como a receita líquida e o Ebitda, medida que é utilizada pelo mercado para avaliar a capacidade de geração de caixa de uma empresa.

A receita líquida cresceu 43%, também na comparação com o segundo trimestre, passando de US$ 7,52 bilhões para US$ 10,76 bilhões, e acima do esperado pelo time de análise da Safra Corretora, que projetava um avanço para US$ 10,1 bilhões. Já o Ebitda ajustado avançou 81%, de US$ 3,37 bilhões para US$ 6,09 bilhões. Este valor supera em 9% nossas projeções, que eram de US$ 5,6 bilhões.

A recomendação para a ação VALE3 permanece de compra.

Leia a análise completa de Vale.

Bradesco

O Bradesco (BBDC4) apresentou nesta quarta-feira, 28, resultados melhores do que se esperava para o 3º trimestre, com lucro líquido ajustado de R$ 5,031 bilhões, 6,6% acima da estimativa da Safra Corretora.

O resultado representa uma queda de 23,1% em relação ao mesmo período de 2019, e uma alta de 29,9% na comparação com o 2º trimestre de 2020.

A recuperação veio de menores despesas com provisão de crédito e bom controle de custos, que mais do que compensaram a fraqueza na margem financeira total.

Com isso, nossos analistas Luis Azevedo e Silvio Dória destacam que o retorno sobre o patrimônio líquido do banco subiu a 15,2%.

Eles lembram que, partindo do pressuposto de que a atividade econômica no país seguirá melhorando, o próximo ano deve mostrar um nível de provisionamento muito mais baixo, elevando substancialmente os ganhos do banco.

Desse modo, nosso time  mantém uma perspectiva positiva para BBDC4, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 35,00 para 2021.

Leia a análise completa de Bradesco.